domingo, 26 de janeiro de 2014

Eu Maior

Na semana que passou eu vi no Youtube o documentário "Eu Maior" (2013), com roteiro de Fernando Schultz e dirigido por ele e Paulo Schultz.

O objetivo do vídeo é falar sobre questões ligadas à vida e à felicidade e, em tese, sob diferentes perspectivas. Percebi ali um "tripé" interessante que reunia artistas, religiosos/espiritualistas e filósofos/cientistas e, ao lado disso, um esportista, a ex-Senadora Marina Silva, a presidente da associação LGBT de São Paulo, Greta Silveira e a liderança comunitária Vanete Almeida.

Eu gosto demais desses temas e gostei de vários depoimentos. Tinha entrevistados que gosto muito como o Cortella e o Rubem Alves. E gostei muito de pontos abordados pela Moja Coen, as histórias de Vanete e Greta e o depoimento do palhaço Márcio Libar.

O que realmente senti falta e daí minha zica com esse tipo de filme que discute esses temas é que ele coloca basicamente o tema da felicidade e da vida vinculado a um viés classe média/alta com aquele epaté orientalista que agrada certas pessoas desse segmento.

Explicando melhor: se quero fazer um filme com depoimentos daqueles que lidam com a espiritualidade e sendo esse filme feito no Brasil, onde estavam os representantes do candomblé, umbanda, e, por que não, de alguma corrente evangélica (o Pastor Godim seria uma pessoa ótima pro filme, por exemplo). O catolicismo, bem ou mal, tinha Leonardo Boff.

Com isso fica a impressão de que a discussão sobre quem somos é coisa de gente branca de classe média do Leblon que ama algo da filosofia oriental (devidamente mastigado ao gosto do freguês) e restringe muito o que se poderia ter um panorama mais amplo. As falas de Vanete, por exemplo, poderiam chamar a atenção para algo bem maior do que o reme-reme ao qual estamos habituados a ver quando esses temas são discutidos e não se resumir apenas a uma "participação especial"