sábado, 18 de junho de 2011

Ai que calor!


Eu bem que poderia fazer trocentos mil comentèarios sobre Miss Tacuarembo, musical uruguaio de 2010 dirigido e escrito por Martin Sastre - que faz uma ponta logo no começo do filme como o cara que seleciona participantes do reality show "Tudo por um Sonho"- baseado no romance de Dani Umpi. A trama é simples digna das tramas da teledramaturgia latino-americana: uma moça resolve sair da sua pequena Tacuarembo, no interior do Uruguai em direçao a Buenos Aires com o sonho de ser uma cantora famosa. O hilario é que ela trabalha em um parque tematico catolico chamado Cristo Park onde da expediente como uma parte dos 10 mandamentos ou Maria Madalena. Some a isso lembranças da sua infancia e personagens que por mais caricatos que poderiam parecer é o que faz a trama ser bem interessante.

Sastre acerta em cheio ao costurar referencias dos anos 80 e 90 no filme. Ele coloca com maestria sem embolar Flashdance, Madonna, EMF, o perfume de vidro-bolinha da avon e dialogos que fazem referencia aos Tupamaros, grupo de guerrilha de esquerda uruguaio, pais que assim como o nosso passou pelo processo de redemocratizaçao nos anos 80.

As musicas sao uma beleza de ouvir, assim como a dança a coreografia e o melhor de tudo: o filme é um chiste perfeito a elementos do catolicismo. Esqueçam filmes de pseudo-revoltados a fim de chocar a sociedade judaico-crista ocidental. A zoaçao é leve, divertida e isso permite ao filme dar otimas alfinetadas que talvez outro genero nao permitisse: Jesus é sexy, dança e da pinta. Santo Expedito parece um modelo e Sao Sebastiao aparece em um dos numeros de dança e musica como uma maluca pintosa.

A dicotomia personagens vonzinhos X viloes é feita de uma forma que nao parece chata e que os remete, justamente, às telenovelas. E graças ao filme fiquei conhecendo a musica do "passarinho quer dançar com rabicho a balançar" na versao em espanhol que provavelmente foi hit na "Banda oriental" nos anos 80. Enfim, um filme que vale a pena ser visto mesmo por aqueles pouco habituados a musicais, como eu. E como bom catolico "menino da freira" eu me diverti muito e gargalhei com as referencias.

ps: o teclado hoje carece de acentuaçao

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