quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Olhar de si

Os existencialistas, a reboque de Nietzsche recusavam a ideia de um "si mesmo", em nome da mudança. Não me lembro do nome do pré-socrático (Parmênides?) que fala do conhecimento como um fluxo que muda, tal como um rio.

Lacan vem com o seu estágio do espelho em que para a emergência do "eu" é paradoxalmente necessário o olhar do Outro. O Outro do inconsciente internalizado em nós mesmos, mostrando onde somos onde não pensamos.

Nas redes sociais, fotos da academia, da viagem, marcações no foursquare, stickers do get glue, instagram e ganham mais significado que o exercício, a viagem, os lugares, os filmes vistos ou a comida saboreada. O prazer é puramente escopofílico. E o olhar do outro aprova esses espelhos tão turvos, já que o real, é indizível.

Enquanto isso, nos esquecemos do que aconselha Riobaldo em Grande Sertão Veredas, que o segredo da viagem é o caminho, e não o seu final. Mas ele era homem do sertão, de grandes distâncias...bem longe desses 2013 sem compartilhamento de ideias em si e só exposições narcisistas na nossa eterna busca de aprovação do olhar dos outros.

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