segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

INSS

Então tá...teremos show do Radiohead com Kraftwerk na abertura.

Na abertura?

Conclusão: o sistema previdenciário alemão deve ser parecido com o nosso.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

6 coisas, 6 links


A Leela me passou essa brincadeira então, vamos a ela:
Regras do MEME "6 coisas, 6 links":

-Linkar a pessoa que te indicou.
-Escrever as regras do meme em seu blog.
-Contar 6 coisas aleatórias sobre você.
-Indique mais 6 pessoas e coloque os links no final do post.
-Deixe a pessoa saber que você a indicou, deixando um comentário para ela.
-Deixe os indicados saberem quando você publicar seu post.

1. Gosto muito do frio, mas tenho raiva de chuva especialmente quando ela se estende por muitos dias. Odeio esse lado do Patropi , já que aqui os verões são chuvosos.
2. Não sou petista e gostaria muito de encontrar um amigo que em 1998 só faltou xingar a Dona Marta porque naquela época não votei no Sapo (coisa que só fiz em 2002). Ele alegava, entre outras coisas, que a sua política econômica era bem diferente da do FHC.
3. Estou me tornando, aos poucos, um católico agnóstico...o plano de Deus para mim deve ser "Odilon, se vira!" Todavia, os serões de Irmã Rita permanecem no meu ser.
4. Se eu pudesse comeria salmão quase todos os dias. Quase porque gosto de carne bovina. E só depois de velho perdi a mania de pobre de novela e aprendi a apreciar frutos do mar. No entanto, ainda milito contra a pesca do camarão e do bacalhau.
5. Não entendo Lost e acho que a complicação do seriado e mistério é feita pra quem não tem saco, paciência ou neurônio para ler algo como Poe. Agatha Christie também vale. Só não detono muito porque faço coisa pior e muito mais complicada: assistir e entender uma trama de Glória Perez.
6. Gostaria muito de conhecer a Ilha Reunião no Índico, só porque aos 16 anos sonhei que estava lá.

Vamos aos 6

domingo, 1 de fevereiro de 2009

A Favorita em Pílulas

Para quem achou estranho o fato de eu, no post anterior, não ter mencionado “A Favorita”, bem, a novela merece pílulas próprias:

1) Em príncipio, no fim de Duas Caras, pensei “pqp, João Emanuel Carneiro no horário das 8? Esse cara é muito fraco!”. Meu pensamento foi baseado em “Da Cor do Pecado” uma trama que começou empolgante, mas caiu em uma certa chatice após a morte da personagem de Lima Duarte e personagens engraçados caíram em uma repetição chato. Em “Cobras e Lagartos” deu-se o contrário: a trama começou insossa, com personagens fracos para Daniel de Oliveira e Mariana Ximenes e uma forçada de barra para atores fracos como Carolina Dieckmann – chatíssima como uma vilã que não convencia nem como bruxa da Branca de Neve em encenação do teatro Ziembinski- e Henri Castelli. Daí surgem Taís Araújo – em atuação superior a da protagonista da trama anterior de João Emanuel –, Marília Pêra e, principalmente, Lázaro Ramos que roubou a cena na novela e foi o grande nome da novela em uma trama muito fraca.

2) Ao contrário de que alguns pensaram, não achei a trama fraca no começo...Patrícia Pillar – o grande nome da novela – e Claudia Raia – que não é grande atriz, mas mostrou competência –
mostraram desde o começo a que vieram. Quem não estava convencendo mesmo eram Carmo Dalla Vecchia e seu Zé Bob – era um personagem “pesado” para um ator do porte dele – e o sempre chatinho Tiago Rodrigues e seu igualmente chato Cassiano. No entanto, isso era questão de tempo...

3) Percebi como muitos que bons atores estavam com pouco destaque: foi assim com Cláudia Ohana, Malvino Salvador, Ângela Vieira, Alexandre Schumacher, Bel Kutner e Leonardo Medeiros. Foi então que o autor conseguiu arrumar tramas para as personagens, com o bem sacado triângulo amoroso Dedina – Elias – Damião e o contraponto de Cida com as outras irmãs e seu envolvimento com alguém mais jovem. Infelizmente, as personagens Arlete, Amelinha e Norton não tiveram a mesma sorte.

4) Jackson Antunes foi magistral na sua intepretação. O Leonardo tem muito a ensinar a Manoel Carlos como deve ser tratado o tema da violência intrafamiliar e/ou contra a mulher. O Marcos (Dan Stulbach – Mulheres Apaixonanadas) repete um clichê de um homem de classe média alta que só agride a mulher porque é um louco, um psicopata enciumado, por mais que o ator tenha feito “laboratório” no Instituto NOOS que trabalha com homens autores de violência e que trabalham com o mesmo pensamento que trago aqui. É como se Maneco nos dissesse que o machismo é circunscrito aos pobres e que os abastados quando agridem a mulher o faz por loucura. Já Leonardo é mais verossímil e , por isso, chocante: ele não é louco ou psicopata. A sua suporta perversão é nada mais nada menos a norma do homem “comum” brasileiro: um operário migrante nordestino, casado, machão que se acha dono da mulher- e tudo isso sem ser esteriotipado ou estigmatizante de um povo ou classe social- e, por isso, com direito até mesmo de agredi-la. E aos poucos ele caminha para um desfecho dramático: a cadeia e, ao sair dela, o desprezo da família e a possibilidade de mudança (ou não) agora em sua terra natal.

5) Na abordagem da homossexualidade um erro e um acerto. O acerto se deu na relação Catarina (Lilia Cabral, excelente) e Estela. Ali serviu para desvencilhar de um mito machista da mulher que se “torna” lésbica em função de um casamento mal-sucedido. Por outro lado a suposta “recuperação” de Orlandinho e a repetição de caricaturas toscas– o sensível fresco para o machão brigão fã de futebol quando se apaixona por Céu- foi a bola fora de João Emanuel, que também vacilou em “Da Cor do Pecado” ao não dar continuidade a um romance homossexual de Abelardo (Caio Blat) e o fez se envolver com a “cachorrona” Tina.

6) A família de Romildo Rosa foi outro acerto. Tratou-se de uma família negra sem cair em um discurso panfletário e, ao mesmo tempo, não era uma mimetização de um ideal branco. A escolha de Romildo como o político negro que vem das classes baixas e corrupto foi bem acertada, quebra com o mito do “bom selvagem” que existe quando se trata de temas diversos como racismo, homofobia, machismo e tudo o mais...ali não se tinha o “negro de alma branca”. O que faltou para João Emanuel foi um pouco do cinismo das tramas de Gilberto Braga e não tornar Romildo um político que se redime e confessa seus crimes no fim da trama.

7) Dedina por sua vez era uma Emma Bovary em verão pretensiosamente rodriguiana, A morte dela não fez muito sentido na trama.

8) A repetição do casal Tarcísio e Glória ocorreu mais uma vez. No entanto a quebra se deu com a atuação irrepreensível de Mauro Mendonça como Gonçalo, marido de Irene. Gloria Menezes por sua vez foi muito competente na composição da Irene, que despertou a raiva do publico devido a sua torcida por Flora. Só achei que no fim da trama ela poderia ficar sozinha, a exemplo do que ocorreu com Catarina.

9) Gostei do Dodi de Murilo Benício mesmo com aquele timbre para lá de estranho. A participação de Lucio Mauro mostra porque o paraense merece estar na galeria de grandes atores brasileiros. Teve gente torcendo o nariz para José Mayer por interpretar Augusto César, mas é ótimo para quebrar com a mesmice de personagem galã da andropausa. Cauã Reymond mostrou que pode ser pelo menos competente e a Lorena de Gisele Fróes foi uma das melhores surpresas da novela, bem como Alexandre Nero. Foi ótima a volta de Suzana Faini às telenovelas bem como Selma Egrey, que outro dia tomei um susto ao vê-la belíssima em um daqueles filmes anos 70 no canal Brasil

10) Claudia Raia defendeu bem a protagonista e no fim, Carmo Dalla Vecchia estava melhor em seu personagem. O Cassiano continuou o mesmo chato. Porém em nada se compara, na minha opinião, aos dois melhores vilões das telenovelas: Silveirinha e Flora.
Silveirinha é fáustico, um demônio que oferece a possibilidade do sucesso a Flora e Donatela, ou o Exu que faz favores para quem o agradar mais e até mesmo o Deus do livro de Jó, que pode ajudar a personagem a perder tudo e ao mesmo tempo, tal como no episódio de Caim e Abel, no Gênesis, acirrar a competição e a inveja entre as duas irmãs.
Flora por sua vez é a vilã mais sensacional. Ela não é carregada em maquiagem e não tem exageros. O preconceito dela não é aquele óbvio de Odete Roitiman pelos pobres, mas a recusa de uma vida de “classe média” como ela mesma diz na festa de casamento com Dodi e antes de ser presa. Flora não é uma “bombshell” sexual como Laura ou Nazaré e não precisa ser tão sonsa quanto Maria de Fátima. Basta apenas a frieza de uma psicopata que se faz de moça frágil por um lado e se revela cruel até mesmo com a filha em diálogos divertidíssimos com Silveirinha. As outras vilãs conseguem a empatia do público com facilidade. Flora já motiva a raiva, já que eram inúmeras as cartas nos jornais criticando a emissora pela existência de Flora...ela não quer apenas se dar bem, ela é o mal em estado bruto e é capaz de ludibriar até mesmo o público. É graças a ela e a uma trama bem feita, mesmo com os erros apontados, que João Emanuel Carneiro pode ter feito a melhor trama das telenovelas desta década desbacando os dramas familiares de Maneco, o mundo dos ricos de Gilberto Braga, as comunidades de Aguinaldo Silva, os mistérios de Silvio de Abreu, os italianos de Benedito Ruy Barbosa ou os povos exóticos e tramas “modernas” de Glória “Magadan” Perez.

Pílulas

No primeiro post de 2009...pensei em fazer uma série de textos, mas a falta de tempo e de Internet em casa impediram-me de tal feito. E para matar as saudades dos tempos de outros blogs, voltarei aos meus 10 temas/tópicos:

1) Mais um conflito entre palestinos e israelenses e a comunidade internacional – à exceção dos EUA – reprovando os atos de Israel, que justifica seus atos, inclusive com apoio entre alguns membros da comunidade judaica cá no Brasil. E ainda queriam bater no Saramago.

2) Falando ainda em coça, tem gente querendo bater no Cardeal que comparou o extermínio de palestinos por Israel tal qual um campo de concentração nazista. Ok, o momento histórico é outro e a Igreja fez ouvidos mocos para o nazismo. Por outro lado o que me vem à cabeça é a idéia de que se você deseja conhecer alguém, dê-lhe poder.

3) Boa sacada a do BBB em dividir a casa em lado A e lado B, à semelhança do “experimento” que é a base do programa que é o “zoológico humano”, no qual um grupo de 12 pessoas é dividido em dois grupos de 6 pessoas, entre “escravos” e “senhores”. Muito do que se vê é mais que um apanhado behaviorista ou da filosofia de Hegel – que inspirou tanto Marx quanto Freud.

4) É coisa completamente sem sentido – aliás como são boa parte das ações humanas- a forma como as pessoas, em função de divisões aparentemente banais são capazes de desenvolver raiva, hostilidade e tudo o mais, tal como acontece entre torcidas de futebol, por exemplo. Bastou um tapume de madeira na casa do PROJAC e as cobaias de Boninho e cia já se comportam, melhor que em um experimento de Pavlov, com as hostilidades devidas. E não foi por um acaso – como dizem os kardecistas- a divisão, já que há uma busca de conflitos que alavaquem a audiência de um reality show que permanece só no Brasil, muito talvez pelo fato de sua edição telenovelesca.

5) E por falar em comportamento humano, um excelente presente de Natal foi o livro “A Parte Obscura de Nós Mesmos” da historiadora e psicanalista francesa Elisabeth Roudinesco, no qual ela relata e analisa casos emblemáticos da história, dos santos medievais ao nazismo, do lado mais “baixo” dos sentimentos humanos. Depois talvez crie um post só para comentar a obra, porque ela merece.

6) Espero que o verão passe rápido, não só pelo calor que faz aqui na Região dos Lagos, mas que espante a moçada suburbana em seus carros velhos ao som de funk no último volume. Aliás aqui em Araruama eles recebem o carinhoso apelido de “duristas”, que são pessoas vindas da periferia carioca-fluminense e chegam falando mal da cidade em um ar de superioridade inacreditável para quem, na capital, é hostilizado por quem mora nas partes nobres da segunda metrópole brasileira. Isso deve ter relação com o que mencionei no item 4.

7) Araruama, apesar de paradona, pode vir a me inspirar a crônicas aqui no Liquiididificador. 8) A Internet é uma beleza: graças a ela pude ouvir “Deixa eu dizer” de Ivan Lins na voz de Cláudia sem ter que aturar Marcelo D2, que até então torcia o nariz para a chamada MPB e agora se vale de samples do estilo como forma de compensar a sua falta de criatividade e mesmice.

9) A Minissérie Maysa foi bem feita, pena que em poucos capítulos, o que fez Manoel Carlos passar de forma muito rápida o momento em que ela retorna ao Brasil, por exemplo. Larissa Maciel foi competente no papel assim como Eduardo Sermerjian. Os dois foram afinados. Só não sei porque a Globo tá incensando Mateus Solano- que interpretou Ronaldo Bôscoli. Achei uma atuação um tanto canastrona e me dava a impressão de que em qualquer momento ele colocaria um telefone no colo e repetir o gesto que ele faz na campanha da Oi do “ligador”.

10) 2009 é aniversário de 20 anos de um ano marcante na minha vida e termina também essa esquisita primeira década do século XXI. Do apogeu no neoliberalismo ao quebra quebra geral nas bolsas, de Bush a Obama, do tucanato ao petismo revisto e ampliado, da esperança à manutenção do status quo. No entanto cabe uma lição do meu avô quem em 2008 completou 90 anos e é avesso às idéias de “no meu tempo” ou “antigamente as coisas eram melhores”... pra frente é que se anda