domingo, 6 de dezembro de 2009

Esgotamento

Passando pelo centro de Araruama hoje tenho a sensação de que a cidade não é homônima à lagoa que a banha. É um grande oceano de ruas desertas e bares que se tornaram ilhas de muitos homens e poucas mulheres vestidos de rubro-negro. A cabeça esgotada acaompanha os gritos de quase-gol, os fogos na hora em que o objetivo do jogo é realizado e o coração tricolor deserto de informações sobre o que se passa agora em Curitiba. Resta-me navegar por outros mares, o da informação, e ver que há nese minuto um empate de 1 a 1 e após a prova creio que meu esforço é parecido com o do meu time. Espero que isso não seja em vão e que minha alegria seja igual a daqueles muitos homens e poucas mulheres nos bares desta terra salgada.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A escrava que não era Isaura

A cena de ontem na novela das 8 que passa às 9 foi completamente absurda e nojenta. Vejamos: a personagem da Lilia Cabral obriga Helena a cuidar da filha dela em uma viagem para a Jordânia. Ok, e a Helena, mesmo sem lentes de contato azuis, encarna a escrava Anastácia e vai para o sacrifício. Na volta a burra-velha filha da Sinhá volta paralítica e mamãe vem cobrar da negra satisfações. A infeliz afro-descendente se ajoelha diante da sinhá branca para pedir perdão e toma uma bofetada, tal como se estivesse no tronco. Ou seja, passados mais 300 anos, Palmares ainda é revolucionário neste país movido á manivela.

Essa subserviência me deixa indignado, não só por ser negro, mas esse tipo de comportamento é revoltante.

Chiclete

Bem, taurinos tem o péssimo hábito de serem obsessivos. Eu creio que sofro do efeito-chiclete. mastiga, mastiga, mastiga até o doce acabar de vez mesmo - neuróticos precisam de certezas, senão não existem - a ai sim, depois jogo for já com o maxilar doído.

No entanto esta semana ao falar com um ser estava na companhia de uma boa amiga-irmã que escutava o diálogo. Depois ela me surpreendeu com declarações que reduziu o ser a algo menor que um quark-top. E aquilo me fez um bem e me fez sair daquela obsessão, ou seja, pude jogar o chiclete antes do meu maxilar doer. Foi uma boa aplicação de soro chamado autoestima. Quero que isso se torne uma vacina e que meu organismo seja capaz de produzir esses anticorpos por si só.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Totem e Tabu

Uma matéria que vale a pena ser lida:

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2009/11/16/ult5772u6131.jhtm

E só para registrar: de acordo com boatos da galera da PUC, freguesa do serviço, as atividades no local continuam.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

K. explica

Bem, ao que parece estudantes da Uniban do ABC paulista resolveram vaiar uma moça de minissaia (foi isso?). O mesmo zé povinho que bate punheta depois de ver a Dani Bananinha no Caldeirão do Huck e tem a sexualidade mediada por silicones em mulheres que mais se assemelham homúnculos, vide o carnaval, a festa pretensiosamente liberal e onde o nosso falso moralismo se revela. Enfim, vale a pena a análise do Keid neste endereço:

http://skullnu.blogspot.com/2009/10/moca-e-os-moralistas-imorais.html

Creio que ali as explicações são mais e ainda melhores.

sábado, 24 de outubro de 2009

Lágrimas de Diamante

Enviaste-me a música e me pergunto se a possibilidade de meu desespero é, par ti uma forma de riqueza. Olho para você e é como um jogo de espelhos e não me refiro só aparência, já que alguns nos julgam muito parecidos. Eu gostaria de tê-lo por perto agora para satisfazer essa curiosidade que por vezes me parece mórbida. Ai eu volto para a música e para as nossas semelhanças: somos dois colecionadores.

Em cada ponto achamos e julgamos capazes de cultivar preciosidades. Esquecemos do fato de que as coisas mais preciosas paa o homem, do ouro ao petróleo, são incapazes de se renovar. Algumas dependem do tempo e dos restos de corpos mortos de milhões de anos atrás. E será que já sepultamos muitos em nossos corações? Fica a pergunta e a certeza de que ao colecionarmos, achamos que daremos conta de tudo e de todos, uma inconformidade com essa impossibilidade que a vida provoca e nos tenta o tempo todo. Na minha coleção até pensei em te descartar, mas a tal morbidez ou um outro tipo de desejo enorme me impede de fazer tal coisa.

Só deve-se ter um cuidado: ao acharmos a riqueza que realmente buscamos, corremos também o risco de perdê-las, e tal como um garimpeiro que já gastou o dinheiro da pepita encontrada em bebidas e mulheres, podemos também voltar ao buraco, só para satisfazer esse estranho prazer mórbido que se vai junto com a sua voz de homem embriagado correndo pela pista na madrugada.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Sincronicidade

É mais ou menos assim: estou na minha caminhada rumo ao centro da cidade - aliás essa coisa de poder ir a pé ao centro é algo que permanece mesmo cá em Arara City - e passo em frente à Igreja Pentecostal Filadélfia. Era o culto de consagração e em plena Amaral Peixoto eu escutava a pregadora aos brados no microfone: "Que Jesus te abençoe e coloque maravilhas em seu caminho".

Ali perto tem uma oficina mecânica, de onde sai um careca bonitinho de dentro do carro, provavelmente para o devido reparo. Mais adiante, na academia Aero Fit - uma academia fundo de quintal local - entra no caro um muscle toiço - barba, peludinho, bração malhado e uma barrguinha pequena com muffin* e mais a frente em outra oficina um par formado por um cub nerd e uma toiça étnica dignos de nota.

Conclusões:

1) Sincronicidade é fato
2) Quero ir no culto de consagração da Igreja
3) Preciso tomar vergonha na cara e começar a malhar, mesmo que na AeroFit

* Os termos muffin bem como muscle toiça são criações de um casal de amigos, e cabe aqui o registro disso. Quem tem gordura lateral localizada na barriga entenderá isso imediatamente.

sábado, 10 de outubro de 2009

Apesar do facebook

A Era do Orkut permanece e é reveladora. Como se interessar por alguém que curte "O Pequeno Príncipe", "Lost" e "Heroes", o que seria uma heresia BUCAB*


*Esta é uma sigla hermética criada por Matias

domingo, 4 de outubro de 2009

2016

Bem, eu estava pensando no quanto as Olimpíadas de 2016 seriam prejudiciais por viver em um país desigual, que deveria priorizar outras coisas como educação, saúde, etc. Enfim, aquele clichê básico que faz todo sentido por estas terras.

Por outro lado pensei assim: porque precisamos tanto negar as coisas, ficar o tempo todo evitando-as em nome de uma suposta segurança? Por que não encarar de frente os fatos, as responsabilidades, assumí-las mesmo correndo todos os riscos, se a vida é, exatamente correr riscos. E passar por dificuldades - que neste caso seriam a corrupção, a falta de infra-estrutura na rede hoteleira e transporte, violência, desvio de verbas, populismo dos políticos e tudo mais - faz parte do jogo. E daí vem o desafio maior que é reconhecê-las e lidar com elas como forma de superação. Ok, este papo está virando um livro do Lair Ribeiro, mas é fato. Obviamente, fazer os investimentos necessários deveriam ser feitos independentemente ou não de 2016. E que todo esse Pão e Circo gere amadurecimento.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Viver a Vida

1) Aquela musiquinha chata da trilha cujas primeiras notas são idênticas à "Close to You" dos Carpenters "Why do birds..."

2) Ainda sobre a trilha: em novelas de Maneco parece que estamos ouvindo a Oi FM ou uma rádio do tipo. E a cada novela dele vou tomando raiva da Diana Krall e de Bossa-Nova.

3) O clichê de mulheres histéricas, loucas e afins, desta vez com Alinne Moraes repetindo a personagem de Duas Caras;

4) Tem também aquele elenco masculino de "moradores do Leblon com sotaque de Pinheiros" sem muito a dizer e que repetem os mesmos personagens. O líder dessa trama é aquele carinha insípido que faz o marido da Letícia Spiller;

5) Tudo bem que sinto o encosto da Marta em Lilia Cabral, mas adorei quando ela fala com a filha sobre o que significa ser "ex-miss" ou "ex-modelo";

6) Mateus Solano é, de fato, canastrão;

7) Taís Araújo, aproveite a sua sorte nessa maré pós Obama que se não fossem as eleições estadunidenses do ano passado a senhorita não teria esse papel;

8) A abertura da novela mostra, por a mais b que minimalismo, na maioria daz vezes é desculpa para falta de boas ideias;

9) Eu queria que Araruama fosse igual a versão de Maneco de Búzios que provavelmente passaá longe da Praia Rasa.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Os segredos da atração sexual

No momento facebook clássico me deparo com a indicação desse link mandada pelo Junior:

http://www.botecosujo.com/2008/10/alexandre-e-sibele-o-porn-e-patroa.html


Depois de ler isso, por mais que se leia e pesquise sobre sexualidade e tudo o mais e sendo esse asunto do meu ofício eu tenho que apelar para a sabedoria machista-nordestina do tio Tarcísio e dizer: filho, você é viado.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Diálogo contemporâneo entre 2 homens

Kottlowski Stockon diz:
comprei terno e sapato, contei?

"Quero dinheiro, pra me divertir, um milhão de dólares" diz:
mas pq terno, tem algum evento festivo?

Kottlowski Stockon diz:
o casamento em buenos aires

"Quero dinheiro, pra me divertir, um milhão de dólares" diz:
ou vc quer fazer sua união com seu namorado em Buenos?

Kottlowski Stockon diz:
a loka

"Quero dinheiro, pra me divertir, um milhão de dólares" diz:
hahaha

"Quero dinheiro, pra me divertir, um milhão de dólares" diz:
diuntudo

"Quero dinheiro, pra me divertir, um milhão de dólares" diz:
casar lá e depois comemorar fumando maconha

"Quero dinheiro, pra me divertir, um milhão de dólares" diz:
acho tendência

Kottlowski Stockon diz:
tipo, super aproveitando as legislações

Kottlowski Stockon diz:
e se fosse na holanda, aproveitava e chupava um pau numa praça

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Setembro começa assim

Um calor danado e uma avalanche de cupins de asa, o que satisfaz a aranha que crio nos fundos de casa e aumenta o meu temor fóbico e irracional por baratas, em especial as voadoras, que aqui na roça são diferentes, mais escuras. Tem uma lan nova perto de casa que a atendente é uma menina com pinta de Aline Barros com menor beleza e verba. E tem também um calor danado e uma pirralhada aos gritos jogando CS ou algo assim...nesses momentos eu queria ter o mesmo poder da aranha em relação aos cupins.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Descanse em paz John Hughes

Bem, morreu ontem John Hughes. A razão desse post é que ele é simplesmente o roteirista e diretor que montou os nossos filmes preferidos da Sessão da Tarde. O clássico "Curtindo a vida adoidado" é dele, assim como "Gatinhas e Gatões" - que a Globo anunciava como o retrato da juventude dos anos 90, mesmo sendo o filme da década anterior - A Garota de Rosa Shocking, Clube dos 5, Mulher Nota 1000 e por ai vai. Isso sem mencionar os blockbusters da década seguinte "Esqueceram de mim " e "Beethoven", mas ai já é outra história...

domingo, 2 de agosto de 2009

Alfabeto

Senti uma necessidade louca de escrever algo para esse blog. Daí comecei a escrever o texto e no fim das contas percebi que ele é a letra "U" do alfabeto.

O texto que seria post para esse blog teve que ser retirado daqui, a força dele era para lá. E fazia mais de um ano que nada acontecia.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Antes que julho termine

O inverno no Projeto Biosfera de Araruama - um condomínio que tenta reproduzir em outro ambiente o modo de vida do subúrbio carioca - tem molecada soltando pipa e ovuindo o tradicional funk, Rihanna e Kate Perry.

Minha questão musical de 2009: Lady Gaga e Kate Perry são relevantes ao pop ou só são dois embustes modistas passageiros? Juro que isso não é uma pergunta retórica.

E quando "O Globo" publica matéria dizendo que cantoras com "síndrome de Marisa Monte" atacam de compositoras eu tremo nas bases. Sinceramente, o funk, seja na biosfera ou fora dela, tem produzido algo mais relevante do que Vanessa da Chata, Ana Chatolina e suas seguidoras.

Quem mandou bem foi Fernando Meirelles e seu "Som%Fúria". Pensei que seria uma chatice ao falar de Shakespeare e tudo o mais, mas se revelou divertido, com um elenco afinadíssimo e longe da pretensão de um "Capitu". Felipe Camargo estava excelente e Andrea Beltrão me convenceu de que não era nem a Marilda nem a Zelda Scott.

sábado, 11 de julho de 2009

Vida de solteiro

1- Um clone de Glória Maria, só que depois de sérios efeitos da cortisona e quilos a mais;

2- Alguém no msn digita "imperativo" ao invés de Hiper-Ativo;

3- Cantar alguém numa noite em estado etílico e durante a semana ver que lhe faltam alguns dentes inferiores;

4- Ser chamado de "moreno maneiro";

5- Ver que o acompanhante de viagem Rio-Araru tem cara de segurança mal encarado, mas quando fala tem a voz da Zezé Macedo. E jura que os filhos adolescente não desconfiam dele;

6- Ver um amigo ser cantado por um suposto hetero e a coisa ficar no ar sem definição;

7- Saber que o pai desse mesmo amigo jura, a exemplo de muitos, que somos casal;

8- Conhecer alguém bonito, doce e interessante e na mesma semana ser gongado pela criatura sem explicações;

9- Encontrar com alguém que é fã ao mesmo tempo da Beyoncé, Rihanna, Alcione e Roberto Carlos;

10 - Ir para uma "fast-fuck" e se dar conta de que o bacana é ver as luzes dos prédios no Centro da cidade e o letreiro ao fundo do Hotel Glória, indicando o local onde morei outrora.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Há tantas coisas que gostaria de dizer-te

Momento em que me lembro dos anos 90...e pelo senso de humor sempre preferi isso àqueles malas da versão original.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Existe um teoria - acho que é budista - na qual diz que um extremo leva a outro. Algo como Jekyll - o médico extremamente comportado da Era Vitoriana - e o Mr Hyde, o seu oposto, o monstro.

Na política brasileira essa teoria se confirma. O deputado Sandro Mabel (PR-GO) defende a proposta de esticar o mandato de Luis Inácio até 2012 e assim, neste ano ter eleições para todos os cargos eletivos dese país, isto é, presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores. Considerando a eleição dupla para senadores - motivo para filas quilométricas nas seções eleitorais- teremos que votar em 8 cargos. Segundo o deputado seria um gasto menor para os cofres públicos e a decisão dessa mega-eleição seria decidida, vejam vocês, em um plebscito.

Agora imagina a grande maioria dos meus compatriotas satisfeitos com a política obrigados a votar em 8 cargos? É aí que está a boa malandragem do nobre deputado, que conseguiu em uma tacada unir Jekyl e Hyde: com essa confusão toda, esse excesso de candidatos choverão votos nulos, a confusão será geral e será perfeito para candidatos pífios e clientelistas (pastores evangélicos, por exemplo) serem eleitos em meio a essa insatisfação geral, já que o curral dessa gente está garantido. Uma eleição com excesso de candidtos leva ao extremo do esvaziamento político.

Em homenagem ao nobre deputado e a quem escreve esse texto na hora do almoço, com fome e jurando que pode perder as gorduras, vamos ao extremo de uma receita simples e calórica usando o produto mais famoso da fábrica do deputado goiano:

Bombom Com Rosquinha De Chocolate Mabel

INGREDIENTES

1kg de chocolate branco
200g de rosquinha sabor chocolate 0 quebradas em pedacinhos

Modo de Preparo


Derreta o chocolate em banho Maria. Junte as rosquinhas e coloque em forminhas próprias para bombom. Leve a geladeira. Após secar desinforme e sirva.




E o povo, com o perdã do trocadilho infame, leva na rosca!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Perversão nos Lagos

Enfim, uma notícia nestas terras: há um tarado a solta. Em princípio dizem que ele ataca as mulheres. Já com o passar dos dias sua lista inclui agora crianças. Nesta história toda já prenderam suspeitos, ouvi rumores de estupradores em grupo, ladrão que foi assassinado no lugar do estuprador, enfim, várias histórias que rendem até piadas dos motoristas das vans. E o retrato falado da criatura permanece nos postes da cidade.

Está melhor que um conto que criei anos atrás que ainda não desenvolvi chamado "A Vagabunda". Uma motoqueira que ataca gays de Ipanema e cuja identidade é a obsessão de um gringo que mora no Brasil. Vamos ver se a realidade ajuda a eu desenvolver essa estória.

terça-feira, 12 de maio de 2009

We're s-h-o-p-p-i-n-g

Diálogo com um conterrâneo no 415 no sentido Tijuca

- Então Didi, como tá sendo em Araruama, viver sem Shopping?

Momento para perplexidade somado ao sono batendo àquela hora da noite. Na roça a gente dorme mais cedo.

Pausa para relembrar Maria Padilha - a atriz e não a entidade - que disse em entrevista que o carioca está morrendo.

Ps: O diálogo não foi exatamente desta forma, mas o conteúdo foi esse.

terça-feira, 28 de abril de 2009

É mais ou menos assim

Saio de casa e reencontro os que há tempos não aparecem. Precisam de ajuda e depois sumo no azul de abril na praia em que a areia se faz neblina. Encontro um amigo e junto com ele as situações.

Do que fala de si e deseja ser visto, o que ficou de aparecer e não vem. O pecado que mora abaixo do Equador e inventa desculpas mais esfarrapadas que Morales, Chavez e Correa juntos. Acho que assim fico sabendo do real motivo do pastor da tv ser 171 de fato. O menino que curte os fetiches que não sabíamos, o que quer ser escravizado e deseja casamento na primeira e única transa. O outro que é mais que um neurótico obsessivo recalcado travestido de TOC - eta palavrinha a camuflar coisas - e um filme de adolescente ao lado de quem tem medo do gelo nos copos dos bares. Em plena época de gripe suína.

Os passeios, ah os passeios. Aparece o escravo com a cara de criança. A menina e a criatura que gostamos e, juramos, que gosta de meninos. A criatura indesejável que faz de mim persona non gratta pelo menos com alguém. O casado que quer um revival. O falar desagradável de uma pessoa sumida que talvez saiba que se quer ganhar um ódio meu é falar mal de onde estou ou de qualquer caminho que eu faça. "To cansado de andar por ai curtindo o que não é....só que tem que to numa tão certa que ninguém me diz quem eu sou, o que devo fazer e o que eu não fiz".

Enfim, poderia passar mais tempo falando de forma hermética sobre esses dias que seguem o pré e pós 31, no entanto, por hora, fico só com essas palavras e a companhia de uma pessoa querida em um lugar maavilhoso.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Ano do Brasil na França

Não acreditar nas imagens dos jornais fluminenses, sites e afins: foi um programa de índio debaixo de uma chuva fortíssima e com fogos cinfrim que muita pracinha de subúrbio faz melhor.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Spleen

Só pra desopilar o fígado....e/ou o baço:

Não aguento

- Aparições na mídia do Ronaldo Bola

- As interjeições indianas e as superstições da nova das 8. Se eu acreditasse piamente no que dona Glória Perez mostra eu encarnaria Simão Bacamarte e mandava a Índia toda para o Pinel, por grave transtorno obsessivo-compulsivo (apesar que freudianos preferem neurose obsessiva)

- Aquela música do Rick&Renner do Gruda na Cintura da Moleca...aquilo não sai da minha cabeça.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

INSS

Então tá...teremos show do Radiohead com Kraftwerk na abertura.

Na abertura?

Conclusão: o sistema previdenciário alemão deve ser parecido com o nosso.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

6 coisas, 6 links


A Leela me passou essa brincadeira então, vamos a ela:
Regras do MEME "6 coisas, 6 links":

-Linkar a pessoa que te indicou.
-Escrever as regras do meme em seu blog.
-Contar 6 coisas aleatórias sobre você.
-Indique mais 6 pessoas e coloque os links no final do post.
-Deixe a pessoa saber que você a indicou, deixando um comentário para ela.
-Deixe os indicados saberem quando você publicar seu post.

1. Gosto muito do frio, mas tenho raiva de chuva especialmente quando ela se estende por muitos dias. Odeio esse lado do Patropi , já que aqui os verões são chuvosos.
2. Não sou petista e gostaria muito de encontrar um amigo que em 1998 só faltou xingar a Dona Marta porque naquela época não votei no Sapo (coisa que só fiz em 2002). Ele alegava, entre outras coisas, que a sua política econômica era bem diferente da do FHC.
3. Estou me tornando, aos poucos, um católico agnóstico...o plano de Deus para mim deve ser "Odilon, se vira!" Todavia, os serões de Irmã Rita permanecem no meu ser.
4. Se eu pudesse comeria salmão quase todos os dias. Quase porque gosto de carne bovina. E só depois de velho perdi a mania de pobre de novela e aprendi a apreciar frutos do mar. No entanto, ainda milito contra a pesca do camarão e do bacalhau.
5. Não entendo Lost e acho que a complicação do seriado e mistério é feita pra quem não tem saco, paciência ou neurônio para ler algo como Poe. Agatha Christie também vale. Só não detono muito porque faço coisa pior e muito mais complicada: assistir e entender uma trama de Glória Perez.
6. Gostaria muito de conhecer a Ilha Reunião no Índico, só porque aos 16 anos sonhei que estava lá.

Vamos aos 6

domingo, 1 de fevereiro de 2009

A Favorita em Pílulas

Para quem achou estranho o fato de eu, no post anterior, não ter mencionado “A Favorita”, bem, a novela merece pílulas próprias:

1) Em príncipio, no fim de Duas Caras, pensei “pqp, João Emanuel Carneiro no horário das 8? Esse cara é muito fraco!”. Meu pensamento foi baseado em “Da Cor do Pecado” uma trama que começou empolgante, mas caiu em uma certa chatice após a morte da personagem de Lima Duarte e personagens engraçados caíram em uma repetição chato. Em “Cobras e Lagartos” deu-se o contrário: a trama começou insossa, com personagens fracos para Daniel de Oliveira e Mariana Ximenes e uma forçada de barra para atores fracos como Carolina Dieckmann – chatíssima como uma vilã que não convencia nem como bruxa da Branca de Neve em encenação do teatro Ziembinski- e Henri Castelli. Daí surgem Taís Araújo – em atuação superior a da protagonista da trama anterior de João Emanuel –, Marília Pêra e, principalmente, Lázaro Ramos que roubou a cena na novela e foi o grande nome da novela em uma trama muito fraca.

2) Ao contrário de que alguns pensaram, não achei a trama fraca no começo...Patrícia Pillar – o grande nome da novela – e Claudia Raia – que não é grande atriz, mas mostrou competência –
mostraram desde o começo a que vieram. Quem não estava convencendo mesmo eram Carmo Dalla Vecchia e seu Zé Bob – era um personagem “pesado” para um ator do porte dele – e o sempre chatinho Tiago Rodrigues e seu igualmente chato Cassiano. No entanto, isso era questão de tempo...

3) Percebi como muitos que bons atores estavam com pouco destaque: foi assim com Cláudia Ohana, Malvino Salvador, Ângela Vieira, Alexandre Schumacher, Bel Kutner e Leonardo Medeiros. Foi então que o autor conseguiu arrumar tramas para as personagens, com o bem sacado triângulo amoroso Dedina – Elias – Damião e o contraponto de Cida com as outras irmãs e seu envolvimento com alguém mais jovem. Infelizmente, as personagens Arlete, Amelinha e Norton não tiveram a mesma sorte.

4) Jackson Antunes foi magistral na sua intepretação. O Leonardo tem muito a ensinar a Manoel Carlos como deve ser tratado o tema da violência intrafamiliar e/ou contra a mulher. O Marcos (Dan Stulbach – Mulheres Apaixonanadas) repete um clichê de um homem de classe média alta que só agride a mulher porque é um louco, um psicopata enciumado, por mais que o ator tenha feito “laboratório” no Instituto NOOS que trabalha com homens autores de violência e que trabalham com o mesmo pensamento que trago aqui. É como se Maneco nos dissesse que o machismo é circunscrito aos pobres e que os abastados quando agridem a mulher o faz por loucura. Já Leonardo é mais verossímil e , por isso, chocante: ele não é louco ou psicopata. A sua suporta perversão é nada mais nada menos a norma do homem “comum” brasileiro: um operário migrante nordestino, casado, machão que se acha dono da mulher- e tudo isso sem ser esteriotipado ou estigmatizante de um povo ou classe social- e, por isso, com direito até mesmo de agredi-la. E aos poucos ele caminha para um desfecho dramático: a cadeia e, ao sair dela, o desprezo da família e a possibilidade de mudança (ou não) agora em sua terra natal.

5) Na abordagem da homossexualidade um erro e um acerto. O acerto se deu na relação Catarina (Lilia Cabral, excelente) e Estela. Ali serviu para desvencilhar de um mito machista da mulher que se “torna” lésbica em função de um casamento mal-sucedido. Por outro lado a suposta “recuperação” de Orlandinho e a repetição de caricaturas toscas– o sensível fresco para o machão brigão fã de futebol quando se apaixona por Céu- foi a bola fora de João Emanuel, que também vacilou em “Da Cor do Pecado” ao não dar continuidade a um romance homossexual de Abelardo (Caio Blat) e o fez se envolver com a “cachorrona” Tina.

6) A família de Romildo Rosa foi outro acerto. Tratou-se de uma família negra sem cair em um discurso panfletário e, ao mesmo tempo, não era uma mimetização de um ideal branco. A escolha de Romildo como o político negro que vem das classes baixas e corrupto foi bem acertada, quebra com o mito do “bom selvagem” que existe quando se trata de temas diversos como racismo, homofobia, machismo e tudo o mais...ali não se tinha o “negro de alma branca”. O que faltou para João Emanuel foi um pouco do cinismo das tramas de Gilberto Braga e não tornar Romildo um político que se redime e confessa seus crimes no fim da trama.

7) Dedina por sua vez era uma Emma Bovary em verão pretensiosamente rodriguiana, A morte dela não fez muito sentido na trama.

8) A repetição do casal Tarcísio e Glória ocorreu mais uma vez. No entanto a quebra se deu com a atuação irrepreensível de Mauro Mendonça como Gonçalo, marido de Irene. Gloria Menezes por sua vez foi muito competente na composição da Irene, que despertou a raiva do publico devido a sua torcida por Flora. Só achei que no fim da trama ela poderia ficar sozinha, a exemplo do que ocorreu com Catarina.

9) Gostei do Dodi de Murilo Benício mesmo com aquele timbre para lá de estranho. A participação de Lucio Mauro mostra porque o paraense merece estar na galeria de grandes atores brasileiros. Teve gente torcendo o nariz para José Mayer por interpretar Augusto César, mas é ótimo para quebrar com a mesmice de personagem galã da andropausa. Cauã Reymond mostrou que pode ser pelo menos competente e a Lorena de Gisele Fróes foi uma das melhores surpresas da novela, bem como Alexandre Nero. Foi ótima a volta de Suzana Faini às telenovelas bem como Selma Egrey, que outro dia tomei um susto ao vê-la belíssima em um daqueles filmes anos 70 no canal Brasil

10) Claudia Raia defendeu bem a protagonista e no fim, Carmo Dalla Vecchia estava melhor em seu personagem. O Cassiano continuou o mesmo chato. Porém em nada se compara, na minha opinião, aos dois melhores vilões das telenovelas: Silveirinha e Flora.
Silveirinha é fáustico, um demônio que oferece a possibilidade do sucesso a Flora e Donatela, ou o Exu que faz favores para quem o agradar mais e até mesmo o Deus do livro de Jó, que pode ajudar a personagem a perder tudo e ao mesmo tempo, tal como no episódio de Caim e Abel, no Gênesis, acirrar a competição e a inveja entre as duas irmãs.
Flora por sua vez é a vilã mais sensacional. Ela não é carregada em maquiagem e não tem exageros. O preconceito dela não é aquele óbvio de Odete Roitiman pelos pobres, mas a recusa de uma vida de “classe média” como ela mesma diz na festa de casamento com Dodi e antes de ser presa. Flora não é uma “bombshell” sexual como Laura ou Nazaré e não precisa ser tão sonsa quanto Maria de Fátima. Basta apenas a frieza de uma psicopata que se faz de moça frágil por um lado e se revela cruel até mesmo com a filha em diálogos divertidíssimos com Silveirinha. As outras vilãs conseguem a empatia do público com facilidade. Flora já motiva a raiva, já que eram inúmeras as cartas nos jornais criticando a emissora pela existência de Flora...ela não quer apenas se dar bem, ela é o mal em estado bruto e é capaz de ludibriar até mesmo o público. É graças a ela e a uma trama bem feita, mesmo com os erros apontados, que João Emanuel Carneiro pode ter feito a melhor trama das telenovelas desta década desbacando os dramas familiares de Maneco, o mundo dos ricos de Gilberto Braga, as comunidades de Aguinaldo Silva, os mistérios de Silvio de Abreu, os italianos de Benedito Ruy Barbosa ou os povos exóticos e tramas “modernas” de Glória “Magadan” Perez.

Pílulas

No primeiro post de 2009...pensei em fazer uma série de textos, mas a falta de tempo e de Internet em casa impediram-me de tal feito. E para matar as saudades dos tempos de outros blogs, voltarei aos meus 10 temas/tópicos:

1) Mais um conflito entre palestinos e israelenses e a comunidade internacional – à exceção dos EUA – reprovando os atos de Israel, que justifica seus atos, inclusive com apoio entre alguns membros da comunidade judaica cá no Brasil. E ainda queriam bater no Saramago.

2) Falando ainda em coça, tem gente querendo bater no Cardeal que comparou o extermínio de palestinos por Israel tal qual um campo de concentração nazista. Ok, o momento histórico é outro e a Igreja fez ouvidos mocos para o nazismo. Por outro lado o que me vem à cabeça é a idéia de que se você deseja conhecer alguém, dê-lhe poder.

3) Boa sacada a do BBB em dividir a casa em lado A e lado B, à semelhança do “experimento” que é a base do programa que é o “zoológico humano”, no qual um grupo de 12 pessoas é dividido em dois grupos de 6 pessoas, entre “escravos” e “senhores”. Muito do que se vê é mais que um apanhado behaviorista ou da filosofia de Hegel – que inspirou tanto Marx quanto Freud.

4) É coisa completamente sem sentido – aliás como são boa parte das ações humanas- a forma como as pessoas, em função de divisões aparentemente banais são capazes de desenvolver raiva, hostilidade e tudo o mais, tal como acontece entre torcidas de futebol, por exemplo. Bastou um tapume de madeira na casa do PROJAC e as cobaias de Boninho e cia já se comportam, melhor que em um experimento de Pavlov, com as hostilidades devidas. E não foi por um acaso – como dizem os kardecistas- a divisão, já que há uma busca de conflitos que alavaquem a audiência de um reality show que permanece só no Brasil, muito talvez pelo fato de sua edição telenovelesca.

5) E por falar em comportamento humano, um excelente presente de Natal foi o livro “A Parte Obscura de Nós Mesmos” da historiadora e psicanalista francesa Elisabeth Roudinesco, no qual ela relata e analisa casos emblemáticos da história, dos santos medievais ao nazismo, do lado mais “baixo” dos sentimentos humanos. Depois talvez crie um post só para comentar a obra, porque ela merece.

6) Espero que o verão passe rápido, não só pelo calor que faz aqui na Região dos Lagos, mas que espante a moçada suburbana em seus carros velhos ao som de funk no último volume. Aliás aqui em Araruama eles recebem o carinhoso apelido de “duristas”, que são pessoas vindas da periferia carioca-fluminense e chegam falando mal da cidade em um ar de superioridade inacreditável para quem, na capital, é hostilizado por quem mora nas partes nobres da segunda metrópole brasileira. Isso deve ter relação com o que mencionei no item 4.

7) Araruama, apesar de paradona, pode vir a me inspirar a crônicas aqui no Liquiididificador. 8) A Internet é uma beleza: graças a ela pude ouvir “Deixa eu dizer” de Ivan Lins na voz de Cláudia sem ter que aturar Marcelo D2, que até então torcia o nariz para a chamada MPB e agora se vale de samples do estilo como forma de compensar a sua falta de criatividade e mesmice.

9) A Minissérie Maysa foi bem feita, pena que em poucos capítulos, o que fez Manoel Carlos passar de forma muito rápida o momento em que ela retorna ao Brasil, por exemplo. Larissa Maciel foi competente no papel assim como Eduardo Sermerjian. Os dois foram afinados. Só não sei porque a Globo tá incensando Mateus Solano- que interpretou Ronaldo Bôscoli. Achei uma atuação um tanto canastrona e me dava a impressão de que em qualquer momento ele colocaria um telefone no colo e repetir o gesto que ele faz na campanha da Oi do “ligador”.

10) 2009 é aniversário de 20 anos de um ano marcante na minha vida e termina também essa esquisita primeira década do século XXI. Do apogeu no neoliberalismo ao quebra quebra geral nas bolsas, de Bush a Obama, do tucanato ao petismo revisto e ampliado, da esperança à manutenção do status quo. No entanto cabe uma lição do meu avô quem em 2008 completou 90 anos e é avesso às idéias de “no meu tempo” ou “antigamente as coisas eram melhores”... pra frente é que se anda