terça-feira, 15 de julho de 2014

Falasser

No ótimo "Diário de um analisando em Paris", vem esse texto:

"Glossário do analisando

"Parlêtre – termo inventado por Lacan a partir de parler (falar) + être (ser) para designar o homem como ser falante; deve ser entendido não somente como o homem é aquele que fala, mas o homem é aquele que é falado, isto é, aquele que é estruturado pela fala; em português: “falasser”."

Diário de um analisando em Paris, p. 187

E eu viajando mais ainda na maionese da associação livre, "falasser" soa como "falácia", a possibilidade de nos enganarmos como sujeitos falantes e falados ou ainda "falecer", o que é a condição final de todos os seres, ainda que o inconsciente se julgue imortal. Ou nas palavras do Sigmund:

"De fato, é impossível imaginar nossa própria morte e, sempre que tentamos fazê-lo, podemos perceber que ainda estamos presentes como espectadores. Por isso, a escola psicanalítica pôde aventurar-se a afirmar que no fundo ninguém crê em sua própria morte, ou, dizendo a mesma coisa de outra maneira, que no inconsciente cada um de nós está convencido de sua própria imortalidade
E que engano maior que a imortalidade.