segunda-feira, 22 de junho de 2015

Dogmatismos

Ontem foi aquele momento de se reunir com os amigos do namorado. E lá tinha um que eu desconhecia, por esse morar em outra cidade e estar de visita na região em que moramos.

Aí começa um papo sobre religião. O gatilho foi a ausência de um dos amigos, que naquele momento da noite de domingo, estava em uma missa. Daí o rapaz visitante desata a falar de seu ateísmo, das questões familiares e das discussões com o tio religioso, além de todo histórico da construção do cristianismo e tudo o mais.

Até aí estava tudo indo muito bem, até mesmo quando ele falou dos evangelhos apócrifos, nos quais ele e o tio concordavam sobre a sua existência, mas para o tio a verdade só estaria nos canônicos Mateus, Marcos, Lucas e João . Beleza e tudo e tal, papo raro de se ouvir entre os amigos dele. Aliás esse é um dos mais velhos que eu conheci, deve ter mais ou menos a minha idade.

Daí vem um papo sobre Malafaia e Bolsonaro. Em provocação ele disse pro meu namorado que não tinha nada demais uma postagem que ele fizera há tempos sobre Bolsonaro. E que na verdade ele gostava do Bolsonaro, porque ele, assim como o Malafaia eram os únicos que falavam as verdades contra o PT no Brasil e que ele poderia falar mal do PT porque atingia diretamente o bolso dele.

Foi quando eu disse que o pastor da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo tem interesse em uma concessão de TV e e essa a razão dele ter apoiado os candidatos do PSDB e ser contra o PT, que é aliado do Bispo Macedo, conocrrente de Malafaia no mercado da fé. Tudo uma questão de negócios.

Daí o rapaz se retirou, dizendo que estava na hora de ir para casa. E eu pensando que ateus podem ser- em nome de paixões políticas rasas- tão dogmáticos quando um fundamentalista religioso. No fundo o ser humano defende aquilo que melhor lhe convém.