sexta-feira, 27 de abril de 2007

Saindo do inferno...

O último post dos 28, já que oficialmente faltam 12 horas pra o calendário mudar a data. Esta tirinha sensacional dos "Malvados":



E aceitando o conselho do apóstolo para os próximos 29 anos, quando terei 58...

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Escritos do inferno astral (3)

Um dos sonhos mais antigos que eu me lembro, creio que é um que era recorrente na minha infância e que comecei a ter aos 4 anos. Ele se passava na estação do metrô aqui da Glória mas a estação tinha outro nome: Mash (sim a marca da cueca e por extensão lembra a palavra "macho"). O metrô era diferente, parecia um foguete com uma ponta parecendo uma grande agulha (sim, era outro elemento fálico). Estava com meu pai só que eu ia na estação porque lá tinha uma farmácia e eu tinha que tomar uma injeção e eu chorava de medo...medo da injeção e do barulho que o trem fazia.

Se eu for me lembrar da minha primeira noção de desejo sexual vou voltar exatamente para essa idade. Neste mesmo período eu já ia para o Centro da cidade com o meu pai quando ele tinha que resolver algum assunto por lá. Lembro-me que era muito doloroso quando ele não me levava e, de fato, eu chorava horrores. Coisas de criança. Aliás era lá no Centro que eu ia na loja comprar roupas e via as caixas das cuecas e sim, já ficava tenso com as imagens.

Também nesta fase eu, no metrô, sempre era alertado sobre a faixa amarela, a qual eu não poderia ultrapassar para manter a minha segurança. Alertado pelo pai, lógico.

Hoje com quase 29 lembrei do que um amigo amado me fala sobre faixa amarela, um limite pessoal que o outro não pode ultrapassar, como uma forma de manter a própria identidade. E, porque não, a própria segurança de si, a sua vida, tal como eu menino lá na beira da plataforma do metrô.

Ontem, uma discussão sobre um simples download que eu fiz gerou essa reflexão sobre a faixa amarela...fiquei pensando em como o outro, muitas vezes apresenta um medo forte de baixar a guarda, de mostrar as suas fraquezas e impõe, como defesa, uma séria restrição. Mais que uma restrição, um desejo onipotente de querer me punir e depois me desculpar, aos moldes de um pai. Talvez cabe lembrar que se a faixa amarela ficar ali o tempo todo, por mais que ela garanta a sua sobrevivência, quando o trem chegar - esse trem desejo dos meus sonhos - ele não poderá ser pego e estará ali preso na estação, com o desejo transformado em punição ou dor, como o garoto morrendo de medo da farmácia e do barulho desejante "mashhhhhhhhhhhhhhh".

Está na hora de eu pegar o trem da minha vida!

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Escritos do inferno astral (2)

Um fim de semana, ou melhor, um feriadão na companhia de pessoas que eu não via há algum tempo. Interessante que dentre tantas conversas uma em especial me chamou a atenção: como as pessoas gastam energia em coisas absolutamente inúteis e sem sentido.

Tá, o que eu disse anteriormente tem enormes desdobramentos. Vou exemplificar pra tornar as coisas mais claras: imagine você cismar, implicar com uma pessoa com a qual você só encontrou uma vez na vida e, considerando que essa pessoa não te fez absolutamente nada de ruim.

Como diz minha mãe, tem maluco para tudo. E desse tipo de gente ando querendo distância...

Por outro lado também fiz uma outra descoberta que foge deste feriadão: de como às vezes uma simples palavra, ou seja, um gasto de pouquíssima energia, pode fuder muito a vida de uma pessoa. Um simples adjetivo pode destruir algo que levou anos para se construir. Uma amiga, me conta que isso irá acontecer com um fã de minimalismo: uma mínima palavra, um grande estrago.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Meio intelectual, meio de esquerda

O Matias mandou esse texto para mim há quase dois anos e hoje, remexendo a caixa de e-mails resolvi relê-lo e publicá-lo aqui já que ele é ótimo e merece ser lido.


Bar ruim é lindo, bicho
De Antonio Prata

Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins. Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de 150 anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de 150 anos, mas tudo bem). No bar ruim que ando freqüentando nas últimas semanas o proletariado é o Betão, garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas acreditando resolver aí 500 anos de história. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura.

"Ô Betão, traz mais uma pra gente", eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte do Brasil. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte do Brasil, por isso vamos a bares ruins,que tem mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gateau e não tem frango à passarinho ou carne de sol com macaxeira que são os pratos tradicionais de nossa cozinha. Se bem que nós, meio intelectuais, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gateau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda. A gente gosta do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne de sol, a gente bate uma punheta ali mesmo.

Quando um de nós, meio intelectuais, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectual, meio de esquerda freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim. Porque a gente acha que o bar ruim é autêntico e o bar bom não é, como eu já disse.

O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e nesse ponto a gente já se sente incomodado e quando
chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual, nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e universitários, a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó. Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevete e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico. E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo.

Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantém o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam em 50% o preço de tudo. Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato. Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae. Aí eles se fodem, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão brasileira, tão raiz.

Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda, no Brasil!
Ainda mais porque a cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que agente gosta, os pobres estão todos de chinelo Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gateau pelos quatro cantos do globo. Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda, como eu que, por questões ideológicas, preferem frango a passarinho e
carne de sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca mas é como se diz lá no nordeste e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o nordeste é muito mais autêntico que o sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é mais assim Câmara Cascudo, saca?).

- Ô Betão, vê um cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?

terça-feira, 17 de abril de 2007

Escritos do inferno astral (1)

Não se trata de pretensão literária ou qualquer coisa que o valha. É apenas uma catarse.


Careta

Use apenas uma palavra
como uma talha
e faça uma careta naquela coisa que um dia chamei de eu.

Só exijo que quando a fizer, faça bem feito
algo digno da Rensacença
ou pelo menos de um design gráfico
acompanhado de qualquer "-ismo"
(que você desconhece)
minimamente bem feito

Caretas mínimas,
mínimas caras,
mínimas palavras,
mínimo afeto,

Torpor completo!

Nuvens negras
e barulhos agressivos sem sentido no caminho
garantindo a energia desta tua incessante e negativa Indústria.

Evite o encontro com o espelho pois, tua cara
meu caro,
é mínima.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Por um fio

Ontem eu assisti a "Por um fio" (Phone Booth - 2002) e, sinceramente, eu queria estar em no lugar da personagem do Kiefer Sutherland, dado o meu momento atual. Tudo bem que "Jogos Mortais" (2004) tem roteiro parecido pitadas de "cenas fortes", mas o terror psicológico do primeiro me fascina mais.

Ando precisando...



Aliás, falando em Colin Farrell, parece que ele uma vez estava em um bar e uma mulher perguntou se ele era de fato "uncut". Ele, destemperadamente, baixou as calças, mostrou o pinto e disse a ela algo como "isso responde a sua pergunta?". Se eu vê-lo no bar vou lembrar-me de fazer pergunta parecida.

sábado, 14 de abril de 2007

Hipocrisia do dia

Primeiro, a notícia



RJ: meia-entrada estudantil está sob investigação
Promotor instaurou processo depois que constatou excesso de carteiras fraudulentas.
Ubes defende a meia-entrada e pede providências para o presidente Lula.


Renata Granchi

O promotor Rodrigo Terra, da 2ª Promotoria de Justiça da Defesa do Consumidor, instaurou inquérito na segunda-feira (9) para apurar o uso e a distribuição indevida das carteirinhas de estudante, que permite meia-entrada nos eventos culturais da cidade, como cinemas, teatro e shows. Segundo Terra, a "festa da meia-entrada" é responsável por 70% do total dos ingressos hoje comercializados nos cinemas do Rio.

Ele pretende investigar como os convênios com instituições privadas são feitos para, em seguida, qualificar quem está agindo de forma ilícita. Terra diz também que o processo não pretende incriminar ninguém, mas apenas regulamentar o setor. “O objetivo do inquérito é regularizar a atuação das entidades responsáveis pela emissão das carteiras de estudantes”, diz o promotor, que suspeita de fraude na distribuição das carteiras.

Ele lembra ainda que a carteira tem a missão de facilitar o acesso à cultura do estudante, que não tem poder aquisitivo semelhante a quem apenas trabalha. “A lógica da coisa é que você seja estudante. Ou seja, que a pessoa seja comprometida a ponto que não possa fazer uma atividade como as outras pessoas exercem e, por isso, não tenha poder aquisitivo”, explica.


Vivemos em um país em que leis são feitas muitas vezes para serem burladas. Um exemplo clássico disso é a cínica campanha anti-pirataria em uma indústria que vende cds a 40 reais em um país em que o salário do trabalhador em geral é uma piada. Mas na Belíndia - pegando carona no termo criado por Edmar Bacha - as coisas são assim: se vc está na parte "Bélgica" preços altos porque você pode pagar...se está na porção "India", contente-se e vá lavar o chão dos que vivem na outra parte.

Aí está a hipocrisia: fez-se a lei da meia-entrada para garantir o acesso dos estudantes. E o que os exibidores fazem, bem como produções de shows e teatros? Colocam o preço do ingresso nas alturas, argumentando cinicamente o "excesso de meia entrada"....ou seja, no fim das contas o estudante que realmente não tem grana, estuda em um colégio municipal/estadual continua sem acesso aos espetáculos. Ou alguem me explica o fato de uma entrada de cinema custar o mesmo que um ingresso de teatro, pelo menos nos teatros da Prefeitura carioca que, bem ou mal, coloca o preço do ingresso (inteiro) por 15 reais, um preço razoável considerando que se paga atores, produção do espetáculo, espaço, etc e não sobre um produto já gravado.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Por que gosto dos vilões de novela?

1) Eles fazem aquilo que o mocinho morre de vergonha de fazer, ou bota a personagem pra se mexer. Tipo, desembuchar logo de uma vez uma paternidade ou maternidade não declarada, uma traição, um romance...enfim, eles dão força motriz.

2) Expõe o "dark side" dos supostos vilões. Esta semana em "O Profeta", talvez a melhor novela entre as globais em exibição, a vilã Rute revela ao personagem principal, Marcos, todo o esquema montado pelo vilão-mor, Clóvis, para ganhar dinheiro às custas de sua profecia. Enquanto o mocinho esbravejava contra a vilã, ela sabiamente dizia o quanto ele foi vítima de sua própria vaidade, ambição e que aquele era o lado "escuro" de sua alma. Ivani Ribeiro, autora da novela era espírita e claro, procurou colocar algo da sua doutrina em novelas como "O Profeta" e a maravilhosa "A Viagem". Ao mesmo tempo, como é marca de grandes autores, independentemente de qualquer crença ou valores ou até mesmo em que tipo de formato sua idéia é colocada, ela consegue expor magistralmente algo a respeito da "condição humana" - seja lá o que eu quero dizer com isso. Ivani conseguiu ser melhor ainda que seus vilões. Ainda bem!

3) No horário das nove, Chico Diaz, Camila Pitanga e Alessandra Negrini me convencem...Wagner Moura ainda não.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Um gongo no Lovejoy brasileiro


1/04/2007 - 10h46
Prefeitura veta marcha de evangélicos, mas libera parada gay na Paulista


LÍVIA SAMPAIO
do Agora


Um termo assinado entre o Ministério Público Estadual e a gestão Gilberto Kassab (DEM) prevê que haja apenas três grandes eventos por ano na avenida Paulista. A escolha ficou a cargo da prefeitura, que elegeu a Corrida de São Silvestre, o Réveillon e a Parada do Orgulho GLBT. Ficaram de foram a Marcha para Jesus e a comemoração do Dia do Trabalho da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Enquanto a CUT aceitou substituir a avenida para fazer a festa no parque da Independência, no Ipiranga (zona sul de SP), a Igreja Renascer em Cristo, que organiza a Marcha, diz que "lutará" para que o evento continue na Paulista.

Os critérios de seleção da prefeitura levaram em conta fatores como tradição e necessidade ou de não montagem de palco, como é o caso da Marcha para Jesus e do 1º de Maio da CUT.

"O Réveillon precisa de palco, mas é montado no final do ano, com a cidade mais vazia. E a São Silvestre é no mesmo dia", afirmou ontem o presidente da São Paulo Turismo, Caio Luiz de Carvalho. Além disso, ele enfatizou que esse tipo de celebração deve ocorrer em um local símbolo da cidade. "Em Nova York é na Times Square, por exemplo", disse.

Quanto à escolha da Parada Gay, ele afirma que é um evento que "projeta uma cidade moderna", "nasceu na Paulista", tem mais de dez anos de tradição e não precisa de montagem de palco. O evento é o maior do mundo do gênero e atraiu 2,5 milhões no ano passado.

O diretor da APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo), Xande Santos, diz que "lamenta" que a Paulista fique restrita à parada.

"Para nós, foi uma luta muito grande para ficar. Mandaram e-mails do mundo inteiro. A parada não é um evento, é uma manifestação. Assim como a São Silvestre, ficaria descaracterizada fora da Paulista."

Em 2006, a APOGLBT foi obrigada a assinar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) em que se comprometia a abandonar a avenida neste ano. Também o fizeram a Renascer e a CUT. A prefeitura, no entanto, voltou atrás em relação à parada. A idéia inicial era a de achar um local alternativo para o evento.

O TAC é um mecanismo condicionante para utilização da avenida. Caso descumprido, seja pela prefeitura ou pela organização do evento, implica o pagamento de R$ 30 mil.

Segundo o promotor José Carlos Freitas, hospitais do entorno reclamaram que os eventos na avenida dificultavam o acesso de pacientes e funcionários. "Um dos hospitais chegou a dizer que parturientes eram orientadas a não ter filhos nesses dias."

Ele afirmou, ainda, o TAC não fere o direto de manifestação e que elas poderão continuar ocorrendo. "A intenção do TAC é a de disciplinar o uso prolongado de vias".

terça-feira, 10 de abril de 2007

Hoje acordei meio totalitário*



Acordei mais totalitário que a maioria das pessoas que responderam a uma pesquisa publicada pelo Data Folha, mas que infelizmente ainda não está disponibilizado em seu site oficial. Então aqui segue a notícia publicada pelo site "A Capa".


Direitos distantes

Metade dos brasileiros é contra a união entre homossexuais

Pesquisa do Datafolha, divulgada neste domingo de Páscoa pelos jornais, mostra que praticamente metade dos brasileiros (49%) é contra legalizar a união civil homossexual. O alívio é saber que ao menos 42% manifestam-se à favor do casamento entre gays, embora 7% sejam indiferentes à causa

Os números ainda revelam que a maioria da população (52%) não apóia a adoção de crianças por casais gays, enquanto 43% são favoráveis. Foram ouvidas 5.700 pessoas por todo o Brasil nos dias 19 e 20 de março.

Além do preconceito, outras posições bem retrógradas da população – inclusive dos gays – apareceram nas entrevistas. A eutanásia – direito de um doente incurável morrer – é reprovada por 57%.

Enquanto isso, para 55% dos brasileiros, a pena de morte deveria estar em vigor – 40% são contra. Este número iguala o recorde da pesquisa de 1993, segundo o instituto.


Baseado nesses dados, me amedronta a idéia de plebiscito sobre união civil entre pessoas do mesmo sexo. Incomoda-me jogar para a maioria- retrógrada e preconceituosa- uma questão de direitos. Afinal são direitos específicos para quem se relaciona com o mesmo sexo e não mexe, em tese, com os direitos já garantidos para os casamentos heterossexuais. Acho demagogia e hipocrisia.

Ainda no mesmo site há uma notícia sobre um empresário em Cabo Frio - cidade da Região dos Lagos Fluminense - que foi impedido de doar sangue por fazer parte de um "grupo de risco", leia-se, homossexual. Segundo a Hemolagos, entidade que barrou tal doação, eles seguem uma portaria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária em sua portaria 153/04 que impede tal doação. Ou seja, se você é um senhor casado pai de filhos que curte um saunão, banheirão e afins e se declara heterossexual tá tudo bem. Não estou fazendo discurso moralista mas, essa portaria, vamos combinar, é de uma hipocrisia sem tamanho.

E de brinde, no espaço para comentários do site para esta notícia - eu sempre digo que hoje em dia a platéia da mais show do que quem se apresenta, no caso a notícia - aparecem comentários assim:

Galera, sem hipocrisia. Existe comportamento de risco, e os gays vivem de forma arriscada. Fala sério, aquela putaria toda que rola nos ambientes gls, traições, infidelidades e toda sorte de comportamento arriscado. Até na hora das passeatas que se diz de "conscientização", só rola gente pelada, sacanagem e putaria no meio da rua, sem o menor respeito pelo pudor alheio. Isso é o mundinho gay, como é que querem o respeito dos heteros. Eu pelo menos não gostaria de receber sangue de outro homossexual, já basta o que eu tenho correndo nas veias.


Lendo essas coisas me sinto totalitário e meus instintos católicos inquisitórios querem fazer uma fogueira bem grande, jogando Bento XVI, evangélicos fundamentalistas, os 49% do DataFolha e viados com opiniões assim. Pior que conheço gente que posa de "rebelde" com opiniões bem parecidas dessa galera...enfim, hoje acordei meio totalitário. Depois passa.

*homônimo desta comunidade no orkut

segunda-feira, 9 de abril de 2007

sábado, 7 de abril de 2007

Sábado de Aleluia


Hoje é Sábado de Aleluia e como manda a tradição é dia de malhar o Judas. Como nunca participei de tal brincadeira que junta o sagrado e o profano, a exemplo do carnaval, decidi fazer aqui no Liquididificador o meu próprio Judas e uma pequena lista de quem eu gostaria de malhar neste ano. A lista é aleatória e não segue preferências, fui registando nomes que vieram à minha cabeça, numa espécie de "brain storm". Para não ficar muito grande decidi listar apenas 20 nomes, mas claro que a lista é muito maior. Aproveito e peço aos poucos leitores deste blog para deixar a sua lista particular nos seus comentários. O Didi aqui agradece desde já e eis aqui a minha relação:


Anthony Garotinho
Astrid Fontenelle
Barbara Gancia
Bento XVI
Bonde do Rolê
Carlos Lupi
Cesar Maia
Claudia Rodrigues
Clóvis de "O Profeta"
Diogo Mainardi
Ex-vizinhos do décimo andar
Fernanda Young
Gilberto Kassab
Jorge Borhausen
Marcelo Crivella
Marcelo D2
Paulo Maluf
Propagandas de cerveja
Silas Malafaia
Sônia Abrão

sexta-feira, 6 de abril de 2007

MSN



Diálogo


D: "Pra começar a subcultura gótica não possui literatura própria, mas existem vários estilos literários apreciados por seus integrantes, entre eles, no Romance Gótico (Walpole, Mary Shelley, etc), Romantismo (William Blake, Lord Byron, Edgar Allan Poe, etc) a poesia Simbolista/Decadentista (Baudelaire, T.S.Elliot, Rimbaud, Oscar Wilde, etc) o romance Existencialista (Camus, Sartre, etc)"

D: EU SOU GÓTICO, CARALHO!

C: kkkkkkkkkkk

C: que merda é essa?

D: hahahahhaahaha, tava vendo uns babados na wikipedia...ai caí no verbete "gótico" ai desatei a rir quando li isso.

C: quem vê pensa que gótico lê isso tudo? só sabem, no máximo, q alan poe existiu

C: mas se perguntar quem é, dizem que era um vocalista pós punk.


Da série: porque amo meus amigos!

quarta-feira, 4 de abril de 2007

O rei está nu

Pois é, eu tenho andado esquisito...

Ando, paradoxalmente, com uma necessidade de recolhimento e ao mesmo tempo uma vontade de ser visto. Pra ser mais exato, de aparecer, de liderar. Meus sonhos têm me mostrado isso de forma clara: pilhas recarregáveis, homens bonitos, privacidade, televisão...tudo ligado a aparência, ao meu temperamento e a forma de como quero ser visto. Até mesmo de blog mudei por achar o outro horrendo (me perdoem a repetição). Narcisismo gritando.

E nesse isolamento ando com uma necessidade enorme de ler e pensar, colocar coisas no papel. Enfim, como um amigo me disse "você é uma máquina de pensar" e eu incluiria o substantivo "besteiras".

Falando sério agora, lembrei de outra coisa absurdamente paradoxal. Uma "persona gratta" recentemente falava sobre a minha forma de me vestir e de como ela não se encaixava em nenhuma tribo, ou idéia, seja lá o que for. Pareceu com um tom de desaprovação, reforçando a idéia consumista da "atitude" que de atitude não tem nada: ela pode ser confundida com grosseria gratuira - falência do "em nome do pai", isto é, as regras - e puro consumo, imperativo do gozo "compre! compre! compre!"..no caso, roupas novas.

De fato isso me forçou a ter um "DR" (discussão de relacionamento) com o meu armário (eita, quantos elementos simbólicos) e ver as minhas roupas gastas e escuras, sem graça... nada que um dinheiro extra não resolva depois, por roupas mais coloridas e vibrantes dando um tapa na senilidade matando aquele garoto preocupado em não "demonstrar" (seja lá o que isso for) a sua própria sexualidade. E acho que o fator "ser/estar gordo" contribui para reforçar essa armadura que, dada algumas conclusões desse recolhimento, já não faz mais sentido. Ponto para a "persona gratta", que nesse sentido estava com a razão.

Ah sim, o paradoxo: uma "persona non gratta" que eu conheci há 10 anos me dizia naquele tempo a mesma coisa, que eu não me encaixava em tribo nenhuma e falava de forma elogiosa, não reprovadora. Isso foi engraçado, muito embora eu me considere muito conservador com certas coisas e idéias. É como a tatuagem: acho lindo nos outros, mas não faria em mim mesmo. Mas em um mundo em que todo mundo quer ser ridiculamente especial, talvez o meu jeito de ser que não tem nada demais, acabou ganhando destaque aos olhos da tal "persona non gratta". Basta ir na rua e ver o quanto de coisas consideradas "alternativas" já estão nos corpos das pessoas aos montes, como se as pessoas fossem produzidas em uma verdadeira linha de montagem fordista.

Lembro-me de um professor que eu tive,que dizia: o grande barato ao se fazer análise é que nos achamos tão especiais e lá dentro nos damos conta do personagem ridículo que somos. Pensei no duo :"Tragédia e comédia"...os grandes sintomas trágicos escondem talvez o que há de mais ridículo em nós mesmos, dependendo da sua natureza. Basta lembrar do conto infantil "A roupa nova do imperador" em que o rei que se achava tão especial, de repente, graças a uma criança - a de sexualidade perversa e polimorfa- ri dele e mostra a tragicomédia da personagem principal ao gritar "O Rei está nu!".

Outra coisa que a esqusitice desses dias me trouxe foram esses versos de Thiago de Mello publicados no livro "Os Estatutos do Homem":

"Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora."


Tenho esses versos como filosofia de vida, talvez. O fato é que essa sensação de despertencimento a grupos podem traduzir exatamente o pensamento que eu tenho de que lobos e cordeiros vivem em mim...aliás em todos nós. Nada de especial nisso, basta apenas reconhecê-los. Por isso posso ser criticado de um lado, elogiado por outro.

Cá estou eu colocando as minhas reflexões e assumindo o meu ridículo também, desnudando-me com meus lobos e cordeiros.E a esquistice passará em uma nova aurora.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Momento Astrológico (I)

É comum as pessoas me perguntarem, ao saberem da minha porção astrológica: "qual o melhor signo? qual o pior signo?". Bem, como ainda não criei um blog específico para este tema listo aqui primeiramente o lado "trash" de cada signo. Não levem a sério pois é baseado em experiências pessoais sem uma análise criteriosa.


Áries: Impetuosos? Imagina. Por mais que você diga uma coisa eles não levam em consideração e fazem o que tem na cabeça e do jeito deles. E pior, te obriga a seguir à mesma regra imposta por eles. Adoram um barraco básico e se você ver um ariano muito caladão tome cuidado: é uma figura sonsa que só está disfarçando, porque cedo ou tarde ele mostra sua verdadeira face.

Como lidar? Simplesmente ignore-os e não se deixe sucumbir por suas ordens.

Touro: Um momento de auto-crítica. Minha relação com meus pares é de amor ou ódio, não há meio termo. E como é pra falar do lado trash, vamos para a detonação. Taurinos são péssimos para admitir novas idéias, isso é fato. Mas se isso fosse guardado só pra eles estava tudo bem. O problema é que geralmente eles adoram uma idéia reacionária básica e estão entre os campeões da intolerância- com as mais diversas formas de diferença- isso quando eles não toleram a si próprios. E se você diz 1+1=2 e ele cismar, não adianta...vai ser um inferno convencê-los do contrário. Isso sem falar que essa "raça" só anda em marcha lenta...Deus me livre!

Como lidar? Não teime com eles, deixe pensarem do jeito que quiserem, porque pode apostar que vão se fuder no final.

Gêmeos: Uma frase que ilustra bem dita por uma colega a respeito de um certo geminiano "Fulano é amigo de todo mundo, mas não é amigo de ninguém". Exatamente...adoram ser simpáticos e são os reis da fachada, fazendo uma boa dupla
com libra. A palavra "afeto" é algo complicado para eles e nada com eles é muito profundo, apesar da fama de inteligentes. Aliás inteligentes são para suas trapaças, são os reis do truque. Ah sim, tem o fato deles começarem a, por exemplo, a falar de física quântica e do nada mudam o tema para o gol 1000 do Romário, isso em 3 segundos. E eles têm opinião para tudo, mesmo sem saber nada sobre o assunto.

Como lidar? Nunca leve um geminiano a sério e sua vida será ótima.

Câncer: Faz uma boa dupla com touro no quesito intolerância, podendo juntos espalhar filiais da TFP (Tradição, Familia e Propriedade) pelo mundo afora. Chamá-los para sair de casa e socializar é um drama, pois sempre preferem ficar em casa e fazerem as mesmas coisas. Ou então repetirem aqueles mesmos programas chatos, tipo ver um filme da Disney tendo 40 anos de idade e chorar com eles. E em uma festa são anti-sociais, adoram formar grupinhos paralelos para se sentirem "protegidos", passando recibo de falta de educação. O raciocínio é lento.

Como lidar? Não o chame para eventos sociais.

Leão: "Venha a mim o meu reino e seja feita a minha vontade", seria o lema. Arrogantes, senhores de si, se acham melhores em tudo, mesmo quando estão fazendo uma cagada daquelas. Adora, a exemplo dos arianos, impor a sua própria vontade e adoram chamar a atenção para si próprios. Se a felicidade deles depender de pendurar um abacaxi na cabeça e andar pelado na rua, eles fazem sem medo... e nesse caso é bom você estar longe da companhia leonina, o que vai deixá-lo deprimido, pois ele precisa de platéia. É bom ficar atento para o seu autoritarismo, pois a forma como eles gostam de ver as coisas é a definitiva e ponto final.

Como lidar? Fácil...é só colocá-los na sua "ignore list" pessoal e sua vida será tranqüila.

Virgem: Os chatos do zodíaco. Tudo tem que estar em seu devido lugar e do jeito que eles propuseram, senão é um inferno. Só conseguem fazer as coisas no estilo "eu li no manual" sendo que sua capacidade criativa e pensar de uma forma
diferente é praticamente nula, pois isso pode desorganizar tudo aquilo que eles tinham planejado. Se gêmeos é o signo manipulador das idéias, virgem é o manipulador da matéria, isto é, faça as coisas de acordo com as regras dele para conseguir o que quer. Pessoal enjoado que no fundo quer aparecer mas juram de pés juntos que são humildes.

Como lidar? Finja que seguiu o que ele propôs mas faça as coisas do seu jeito, sem ele(a) perceber, naturalmente.

Libra: A falsidade reina. Em busca do eterno equilíbrio e da sociabilidade são extremamente oportunistas. Se fazem de amigos, bonzinhos, etc mas para conseguir aquilo que querem. Tem malditos que até me perguntam "vem cá, libra é
signo?" dada uma certa apatia que eles apresentam. Se for se envolver romanticamente com um libriano, cuidado, porque é muita garganta e pouca ação. Se for alguém romântico esperando casamento, desista, porque é pura fachada. Claro, a não ser que você dê casa, comida e roupa lavada, porque são extremamente confiados, usam suas coisas sem pedir licença e juram que são simpáticos. Muito cuidado!

Como lidar? Só encontre com eles em eventos sociais e evite assuntos mais profundos.

Escorpião: Os esquizo-paranóides do zodíaco. Os nativos têm síndrome de perseguição para tudo e são mestres na teoria da conspiração. São ardilosos e vingativos sim além de serem muitas vezes grossos, capaz de te dar uma patada mesmo quando pediu a sua ajuda. Para ter uma idéia, um nativo conhecido meu deste signo tinha um carinhoso apelido de "sanguessuga", porque era do tipo que não te dava confiança, mas na hora em que precisava sugava todas as suas energias, querendo tirar proveito para si próprio. Isso sem falar no fato de cismarem com sua cara do nada, mesmo sem você ter feito absolutamente nada para eles.

Como lidar? Fuja deles!

Sagitário: Os donos da verdade. Se eles cismam que uma coisa é de um jeito, ai de quem contestar com ele. Segundo já me disseram é o signo que rege a Igreja Católica, então dá pra se ter uma idéia do seu dogmatismo. São os reis da
frase "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço", ou seja, adoram dar palpites e conselhos mas não seguem nada daquilo que dizem, principalmente quando é conveniente para eles. Outro aspecto a se notar é que eles se empolgam fácil com alguma coisa mas em 5 minutos já desistiram. São os mestres da "ejaculação precoce".

Como lidar? Não discuta com eles, deixe passar 5 minutos que a bola deles baixam rapidamente.

Capricórnio: Outra raça que ao lado de leão é campeã da arrogância. Tudo o que é deles é melhor. Se você comprar uma determinada coisa ele vai imediatamente dizer que já viu algo parecido só que muito melhor e provavelmente ele
tem um. Colocam defeito em tudo que não é dele. Adoram pagar de sabichões e não admitem não saber determinado assunto, só para não ficar por baixo. Confundem frescura com bom gosto. E para eles tudo tem regras e não admitem as falhas-
característica humana- dos outros. Sem mencionar a frieza que lhes é característica o que depois vai contribuir para a compra de muitas caixas de Prozac e Lexotan, merecidamente.

Como lidar? Monitore as falhas deles que eles se desarmam completamente e correm pro primeiro psiquiatra.

Aquário: Temperamentais, apesar do excesso de racionalidade. Adoram dizer que se preocupam com os amigos e com as injustiças mas tudo o que fazem é de caso pensado e minuciosamente analisado. E em eventos sociais tendem a falar de assuntos que só eles entendem e são reis no famoso "deixar no vácuo", isto é, deixam você em um canto e vão falar com outra pessoa que lhe possibilite platéia. Sim, por ser oposto de leão adoram platéia, mas não admitem que outras pessoas queiram aparecer junto com eles. E se você contraria uma idéia aquariana pode apostar que seu nome queimará na fogueira, a exemplo do que ocorre com sagitário e touro.

Como lidar? O mesmo conselho para gêmeos, não os leve a sério e não faça platéia para eles. O isolamento é terrível para aquário.

Peixes: Completa o time de manipuladores ao lado de virgem, gêmeos e sagitário. No caso de peixes pode se ter a pior de todas as formas de manipulação que é a emocional. Se fazem de vítimas o tempo todo, de coitados, no melhor estilo "ninguém tem dó de mim" mas tome muito cuidado que ele pode fazer você se sentir a pessoa mais escrota do mundo por não fazer uma vontade deles e é ai que eles ganham. Tem dois tipos de piscianos: aquele que aparentemente vê tudo colorido, mas na realidade ocultam uma série de coisas ruins com eles, pra pagar de bonzinhos ou aqueles que têm uma visão "dark" das coisas, também mascarando a realidade, falando mal da humanidade, quando na realidade ele é o problema e não sabe como vai resolvê-lo.

Como lidar? Não ceda às suas chantagens emocionais.

Favor não levar isso (tão) a sério porque na verdade se considerarmos o mapa astral todos nós temos caracteríticas de todos os signos, só que em diferentes áreas da vida. Então não ria do signo alheio. Em breve teremos o lado legal de cada signo aqui e seus exemplos.

domingo, 1 de abril de 2007

Pequeno dicionário amoroso


Hoje andei muito procurando na feira bananas-nanicas. Andei, andei e só via: banana prata, ouro, d'água.. e cadê a bendita da banana-nanica?

De repente meu pai para em frente a uma barraca e o feirante pergunta que tipo de banana eu quero:

- Banana nanica...você tem?

- Ah sim...tem aqui...é a banana d'água. É o pessoal de São Paulo que a chama de nanica, mas é a mesma coisa.

Pensamento: será que minhas idas pra SP tá levando a minha carioquice embora? Bem, melhor eu continuar falando "mermo", por mais que o Luis ache ruim (pronunciado como paroxítona).