sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Bocas, olhos e falo

A Boca Cheia de Dentes

Vaidosa. Orgulhosa. Insensível. Assim tu acusas.

Feliz, ela se enche e conclama a festa que uma nova boca está para chegar. Não sabemos ao certo se será boca, cabeça ou coração. O que importa é a festa. E o que não importa é a dor de quem a boca cheia de dentes deixou para trás cheia de dores. Pra ela, isso não conta.

Essa boca é H E T E R O N O R M A T I V A. Assim dizes. Tu que és os

Olhos Semicerrados

Que observam e por não ser boca, não falam. Sempre atentos a tudo. Críticos ao que está a sua volta. Nada fala, só observam. Aliás este é um mote teu. Olhos extremamente sensíveis, mas por vezes de pouca sensibilidade. Na hora de captar as coisas, fazem bem. Na hora de colocar para fora, tomam de empréstimo uma boca tal qual aquela cheia de dentes e sem o menor tato para as consequências.

Aquela boa H E T E R O N O R M A T I V A. E dessa vez, tu não o dizes.

Prefere a acusação que atropela. Fala dos meus nãos: a não prova, o não concurso, o não dinheiro, a não organização financeira. Não, não, não e não. E se caio em prantos, isso pouco importa. São olhos, não se fala de coração

Assim fazes, pois tu e a boca são fálicos. Precisam da festa e da acusação para manterem os seus devidos lugares. Eu também o sou, pois aqui não se fala de bocas, nem de dentes, nem de olhos. Falo sobre homens.

Nenhum comentário: