domingo, 1 de fevereiro de 2009

Pílulas

No primeiro post de 2009...pensei em fazer uma série de textos, mas a falta de tempo e de Internet em casa impediram-me de tal feito. E para matar as saudades dos tempos de outros blogs, voltarei aos meus 10 temas/tópicos:

1) Mais um conflito entre palestinos e israelenses e a comunidade internacional – à exceção dos EUA – reprovando os atos de Israel, que justifica seus atos, inclusive com apoio entre alguns membros da comunidade judaica cá no Brasil. E ainda queriam bater no Saramago.

2) Falando ainda em coça, tem gente querendo bater no Cardeal que comparou o extermínio de palestinos por Israel tal qual um campo de concentração nazista. Ok, o momento histórico é outro e a Igreja fez ouvidos mocos para o nazismo. Por outro lado o que me vem à cabeça é a idéia de que se você deseja conhecer alguém, dê-lhe poder.

3) Boa sacada a do BBB em dividir a casa em lado A e lado B, à semelhança do “experimento” que é a base do programa que é o “zoológico humano”, no qual um grupo de 12 pessoas é dividido em dois grupos de 6 pessoas, entre “escravos” e “senhores”. Muito do que se vê é mais que um apanhado behaviorista ou da filosofia de Hegel – que inspirou tanto Marx quanto Freud.

4) É coisa completamente sem sentido – aliás como são boa parte das ações humanas- a forma como as pessoas, em função de divisões aparentemente banais são capazes de desenvolver raiva, hostilidade e tudo o mais, tal como acontece entre torcidas de futebol, por exemplo. Bastou um tapume de madeira na casa do PROJAC e as cobaias de Boninho e cia já se comportam, melhor que em um experimento de Pavlov, com as hostilidades devidas. E não foi por um acaso – como dizem os kardecistas- a divisão, já que há uma busca de conflitos que alavaquem a audiência de um reality show que permanece só no Brasil, muito talvez pelo fato de sua edição telenovelesca.

5) E por falar em comportamento humano, um excelente presente de Natal foi o livro “A Parte Obscura de Nós Mesmos” da historiadora e psicanalista francesa Elisabeth Roudinesco, no qual ela relata e analisa casos emblemáticos da história, dos santos medievais ao nazismo, do lado mais “baixo” dos sentimentos humanos. Depois talvez crie um post só para comentar a obra, porque ela merece.

6) Espero que o verão passe rápido, não só pelo calor que faz aqui na Região dos Lagos, mas que espante a moçada suburbana em seus carros velhos ao som de funk no último volume. Aliás aqui em Araruama eles recebem o carinhoso apelido de “duristas”, que são pessoas vindas da periferia carioca-fluminense e chegam falando mal da cidade em um ar de superioridade inacreditável para quem, na capital, é hostilizado por quem mora nas partes nobres da segunda metrópole brasileira. Isso deve ter relação com o que mencionei no item 4.

7) Araruama, apesar de paradona, pode vir a me inspirar a crônicas aqui no Liquiididificador. 8) A Internet é uma beleza: graças a ela pude ouvir “Deixa eu dizer” de Ivan Lins na voz de Cláudia sem ter que aturar Marcelo D2, que até então torcia o nariz para a chamada MPB e agora se vale de samples do estilo como forma de compensar a sua falta de criatividade e mesmice.

9) A Minissérie Maysa foi bem feita, pena que em poucos capítulos, o que fez Manoel Carlos passar de forma muito rápida o momento em que ela retorna ao Brasil, por exemplo. Larissa Maciel foi competente no papel assim como Eduardo Sermerjian. Os dois foram afinados. Só não sei porque a Globo tá incensando Mateus Solano- que interpretou Ronaldo Bôscoli. Achei uma atuação um tanto canastrona e me dava a impressão de que em qualquer momento ele colocaria um telefone no colo e repetir o gesto que ele faz na campanha da Oi do “ligador”.

10) 2009 é aniversário de 20 anos de um ano marcante na minha vida e termina também essa esquisita primeira década do século XXI. Do apogeu no neoliberalismo ao quebra quebra geral nas bolsas, de Bush a Obama, do tucanato ao petismo revisto e ampliado, da esperança à manutenção do status quo. No entanto cabe uma lição do meu avô quem em 2008 completou 90 anos e é avesso às idéias de “no meu tempo” ou “antigamente as coisas eram melhores”... pra frente é que se anda

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