sábado, 24 de outubro de 2009

Lágrimas de Diamante

Enviaste-me a música e me pergunto se a possibilidade de meu desespero é, par ti uma forma de riqueza. Olho para você e é como um jogo de espelhos e não me refiro só aparência, já que alguns nos julgam muito parecidos. Eu gostaria de tê-lo por perto agora para satisfazer essa curiosidade que por vezes me parece mórbida. Ai eu volto para a música e para as nossas semelhanças: somos dois colecionadores.

Em cada ponto achamos e julgamos capazes de cultivar preciosidades. Esquecemos do fato de que as coisas mais preciosas paa o homem, do ouro ao petróleo, são incapazes de se renovar. Algumas dependem do tempo e dos restos de corpos mortos de milhões de anos atrás. E será que já sepultamos muitos em nossos corações? Fica a pergunta e a certeza de que ao colecionarmos, achamos que daremos conta de tudo e de todos, uma inconformidade com essa impossibilidade que a vida provoca e nos tenta o tempo todo. Na minha coleção até pensei em te descartar, mas a tal morbidez ou um outro tipo de desejo enorme me impede de fazer tal coisa.

Só deve-se ter um cuidado: ao acharmos a riqueza que realmente buscamos, corremos também o risco de perdê-las, e tal como um garimpeiro que já gastou o dinheiro da pepita encontrada em bebidas e mulheres, podemos também voltar ao buraco, só para satisfazer esse estranho prazer mórbido que se vai junto com a sua voz de homem embriagado correndo pela pista na madrugada.

Um comentário:

Suiá Dylan disse...

coisas preciosas nascem do resto dos mortos. mas é preciso que eles morram para se tornarem preciosos.