terça-feira, 27 de março de 2007

Janela da alma

Estava lendo um texto no "Consultório" sobre os reality-shows e toda essa questão do olhar e do saber. Me lembrei, pra variar, dos Três Ensaios sobre a Teoriada Sexualidade, beabá da psicanálise, no qual Freud aponta na criança a questão da escopofilia - que é o prazer no olhar - e da "Pulsão de Saber", que trabalha com a questão do olhar.

Saber e olhar...olhar e saber.

Alguém me diz sobre o meu "olhar distante". Algo carregado com uma certa altivez e ao mesmo tempo uma certa neutralidade. Me lembro de outrem dizendo-me que me acha perdido... e daquela menina que confessou pouco saber sobre mim.

Meus olhos têm uma peculiaridade familiar. São parecidos com os do meu avô paterno, olhos escuros, diferente das outras pessoas da família. Sensação de pertencimento e identidade?

E se os olhos são a "janela da alma" talvez tenha colocado negras cortinas nela. Nada demais. Em um universo lotado de pessoas preocupadas mais em falar e pouco ouvir talvez seja necessário esse tom mais fechado. Defeito? Qualidade? Quem sabe?

O fato é que Alguém, com uma simples expressão sobre meu olhar, me desnudou e abriu essa janela. E sabe mais a meu respeito.

Um comentário:

Querendo Mudar disse...

Realmente, prezado blogueiro. Seus olhos tem um certo véu de privacidade que pode tanto ser um aliado, a favor da sua preservação pessoal, quando um inimigo ao manter o universo de fora do seu interior. Mas eles também são doces e receptivos. Acho que basta você trocar a cortina negra por uma amarela, semi-translúcida. Chegaremos à medida certa hehehe