sexta-feira, 7 de maio de 2010

Imagina. Melhor não!

Ontem li este texto no blog do Diego Quiroga, de Buenos Aires, falando sobre a sensação quando se leva um fora de alguém ou quando seu amor não é correspondido. Minha tradução não é das melhores, mas creio que é legível, dentro de suas possibilidades. Então, segue a seguir o texto.


...o dia que tanta injustiça, tanta imperícia, tanta imprudência finalmente sejam reparadas, o dia que o maior idiota do mundo, também conhecido como o amor de nossa vida, se der conta de que nos ama. Isso seria um dia perfeito a sério”

Imagine como seria o dia perfeito para você. Imagine que pode deixar de ser egoísta e mudar o mundo. O que lhe proponho é que imagine duas coisas distintas, porém simultâneas. O certo é que quando primeiramente me veio a mente imaginar um dia perfeito, o primeiro que imaginei foi que eu poderia mudar os sentimentos de uma pessoa. E com uma pequena reflexão, me dei conta de que não importa o mundo, nem me importa o 2012. Na mente de uma pessoa apaixonada/alienada está sempre o mesmo pensamento. É um egoísmo pouco raro. Poder escolher, o que imagino que foi, o quanto ou qual pessoa me ame. Em algum lugar mais simples, deixar de pensar constantemente no mesmo indivíduo, que por certo, para escolher este último não precisa de Gênios ou lâmpadas maravilhosas.

O dia perfeito seria, não sei, digamos: “a paz mundial”. Se não pensamos em algo tão altruísta, poderíamos dizer: “um pouco de paz”. E o egoísta poderia dizer: “que todos me deixem em paz”.

No entanto há outra clase de dia perfeito, o dia em que finalmente, alguem se imagina que vai ganhar. “Quem vai ganhar a loteria?” “quem vai ganhar um aumento ou as eleições presidenciais?”. Não, claro que não, o dia que tanta injustiça, tanta imperícia, tanta imprudência finalmente sejam reparadas, o dia que o maior idiota do mundo, também conhecido como o amor de nossa vida, se der conta de que nos ama. Isso seria um dia seriamente perfeito a sério. Porém, (claro, sempre porém) há algo em nosso egoísmo que nos faz esquecer do mais importante, a pessoa em questão. Sempre a mesma, ainda que possam ser muitas pessoas que representem o mesmo, certamente andam pela vida mais feliz. Porque não se fazem esses planos que proponho frequentemente, porque certamente está apaixonado por alguém ou, muito pior (para nós), está em uma relação feliz com alguém melhor que nós mesmos. Se o amor que sentimos é real, porque é, quando menos, é raro que nos apaixonemos justamente pela pessoa que não nos corresponde. Deveríamos pensar que o dia perfeito seria o dia o dia em que a pessoa que amamos possa ser feliz.

De ondem saem as fantasias, estas fantasias direcionadas, onde as pessoas por algum tipo de acidente vascular cerebral grave, estão com alguém, ou com muitas pessoas, ao invés de estar conosco. “Por que não nos escolhem?”, é um mistério que nos desvela, noite após noite e que não nos deixa dormir a sesta do sábado a tarde. Por que em algum ponto da nossa saída de sexta-feira, entre esse momento em que nós pregamos o primeiro ponto depois de sair do escritório e voltar para casa com a camisa sem gravata, cheirando a álcool e sem orgulho nos perguntamos por que não está aqui comigo?

A resposta, se pudéssemos alguma vez nos sorepor a nosso próprio derrame cerebral, é simples. É porque não quer, ou por um acaso existe algum tipo de força gravitacional que o impede? No caso do nosso “namorado” (o editor de texto não me deixa colocar mais aspas, mas mentalmente estou colocando mil aspas ao lado da palavra namorado) vive em Berlim oriental entre 1949 e 1990? Não. O que nos separa é a distância, não é a condição social e nem, sequer, a condição sexual. Sequer é algo, mas sim a ausência de algo. A inexistência de um sentimento por parte do outro. É difícil expressar que o que nos separa é justamente o nada, o vazio, a falta de uma coisa que jamais esteve, algo que não surgiu. Seria mais simples a vida se pertencêssemos a famílias rivais da máfia japonesa e nosso amor fosse impossível por esse motivo.

Falava com alguém que me disse “estou apaixonado” e me escreveu no MSN com sinais de admiração que eram como uns bonequinhos verde-maçã que sorriam e dançavam e lhe perguntei se era correspondido. Bem, ele não sabia. E eu o recordei de como era bom o amor antes e como é bom o amor neste momento, quando conhece alguém e está contente e sorridente e você fica nervoso quando ele está por perto. Neste momento, no princípio de tudo, onde o amor que sente é que te faz feliz e não depende de nada mais a não se de você mesmo. Teria que desfrutar mais isso e não se apressar em saber o quão mútuo é o Sentimento.

Imagino que a vida seria diferente sem amor. Pensaram muitos que do que venho falando uma vez ou outra é justamente sobre o que não encontro. Bem, releiam, porque eu encontrei o amor faz pouco tempo e ele me fez feliz por exatos 13 dias e logo foram só dessabores. Porém não me imagino nenhuma outra forma de viver, não sei quando será que me apaixonarei de novo. Não sei do que vou falar nesse momento.

No entanto, imagino que poderei dar conselhos. Vou poder dizer a meus amigos com o coração aos trapos que não tenham mais problemas, que tudo vai ficar bem. Vou poder exigir que sigam em frente, que se esqueçam do passado. Agora posso fazer isso.

Imagine o dia perfeito, que a felicidade é tangível, que a olhamos recostados e está conosco a pessoa que amamos. Imagine um passar de horas dos dias alegres porque à noite vamos poder estar juntos. Imagine que a comida é ótima, que as histórias são divertidas, que a manhã de domingo enquanto lê o jornal ele não fica de mau humor e é capaz de interpretar o horóscopo da revista “viva” de tal maneira que faz um prognóstico de amor e pássaros cantando por todo o resto da semana. Imagine um mundo sem guerras, imagine coisas boas. Imagine que entendem as canções de amor, o que quer dizer a lua com uma canção sobre paz.

Imagine o dia perfeito onde a paz que você sente é igual a paz mundial e ao céu. Imagine que o amor não dói, imagine um amor mútuo. Se pode ver um pouco mais adiante e refletir sobre seu próprio egoísmo, o melhor que poderá ver, e, talvez, com sorte, o vento a favor e depois de pisar na merda descalço se dá conta de que tem alguém que sente amor por você. E isto é a coisa mais otimista que posso dizer.

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