sábado, 26 de fevereiro de 2011

Vida tirana

Estava sem ideia para o post de hoje. Na verdade tive várias nesses dias que a Fabi esteve aqui, mas basta estar na frente do computador que elas "somem".

Mas ai vem aquele papo com o amigo que vem salvar a falta de ideias. E vem aquele papo assim: tem um menino bonito, desejado que está perto de uma criatura que é o oposto. No entanto, ela não tem medo de ser ridícula e não liga, pelos nossos valores, para a própria imagem. Na verdade é um tipo de criatura narcisista que caminha para o erro, dado o exagero ou a forma tosca como lida com as coisas.

O lembrei que ele é do tipo que, mesmo que tenha um rosto bonito e desejado que ele adore, se for para ele se expor ao ridículo, ou mais ainda, quebrar com o próprio senso de si, que lhe dá, de certa forma, segurança sobre que ele é, ele sacrifica a sua escolha. Aliás não há sacrifício, ele escolhe a si mesmo.

Sim, vivemos nesta gangorra entre eu e o outro. A vida não veio mastigada com manual de instruções, mas ela é tirana. Culpa daquela praga que Hegel chama de "consciência de si" e que as religiões fazem questão de matar, mesmo sem sucesso.

Essa gangorra deixa bem claro a nossa falta. Não há escolhas definitivas que nos complete. Sabe quando a gente diz "nem tudo é perfeito"? Passa por ai. São as tiranias da vida. São as nossas tiranias na nossa frágil, porém necessária, tentativa de manter o nosso mínimo de dignidade.

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