segunda-feira, 14 de março de 2011

Hommes homosexuels sont des hommes comme les autres.

Existe um filme francês estrelado por Antoine des Caunes chamado "Os homens são mulheres como as outras". Resolvi parafrasear esse filme após ler isso:

"Ah bom!
Qdo me virem com homem feio separa que é briga. (ou então ele tem um *&%$%%$$% enorme."

"( ...), muito franco, hehe. Eu costumo dizer que &%& e #%%$ sao fatores de beleza tanto quanto cabelo, etc. É a juba do leao, é a cauda do pavao. Entao é super válido dizer: "...a criatura nao tinha uma cara bonita, mas tinha uma senhora &%&!"



Isso não representa uma generalização, pois se há várias masculinidades e não uma só hegemônica pode-se perceber que a orientação sexual não determina, não enquadra em um determinado valor do que se espera do que seja homem.

Ao mesmo tempo essas falas são paráfrases do que homens machistas dizem em relação ao corpo feminino. Não cabe aqui, obviamente, julgar,. Eu mesmo já me peguei fazendo observações de natureza muito parecida com essa. O que é é interessante notar é o fato de que, além da pluralidade que existe entre homossexuais, falas como essa deixam claro que ser homossexual não implica ter uma identidade feminina, ao contrário daquela mocinha que diz que troca de roupa ne frente de viado porque eles são como mulheres.

Resumindo, os viados são homens como todos os outros.

domingo, 13 de março de 2011

Feliz Ano Novo

A lua nova no carnaval passeia do signo de peixes e faz a sua última quadratura do ano no signo de gêmeos. Signo de qualidades marcadas pela mutabilidade e razão e, dado o seu regente, propõe mudança de ideias. O sol em peixes fala da mudança da emoção...razão e emoção tentando mudar juntas dá uma certa tensã, porém necessária. Neste clima se encerra o carnaval 2011, o carnval carioca que acaba de fato neste domingo. Amanhã o ano começa.

Fora os relatos loucos, nesse aspecto tenso de palavras e emoções tive que lidar com as pessoas que reagem emocionalmente de um jeito e na sua resposta verbal reagem de outra maneira. E o mesmo não foi diferente comigo ao ouvir duríssimas, porém necessárias palavras do meu melhor amigo. Uma espécie de eletrochoque na alma que fala pra mim: a razão e a emoção precisa de ação. Sei que sou perfeitamente consciente do que penso e, a partir do fim de ano, passei por uma série de questionamentos de ordem emocional que definitivamente podem culminar para a ação efetiva. Entender o que se quer da vida implica não só o que se pensa dela, coisa que viciosamente fiz em toda a vida, mas também entender e dar vazão ao que sente. Nesse sentido represei muita coisa por medo, medo de mim mesmo que é o pior de todos eles. Agora é hora de sim, emocionalmente, receber esse amor por forma de esporro. Entender que não devo ao meu amigo erguer um totem mas ter um acesso direto a ação e que, enfim, eu evolua em uma direção melhor, mais do que melhorar, mostrar quem eu sou. E esse tipo de liquididificada em torno de mim mesmo, por enquanto fica aqui, no mais seriam só palavras soltas sem ação prática. Afinal, quem é o taurino aqui?

Deparei com o discurso clvado entre "o que é certo" mesmo que isso mate o desejo. Com espíritos de outros carnavais se revelando românticos sem que eu realmente levasse isso a sério. Foi engraçado ver caras de tacho em certas situações por motivos diferentes, uma no metrõ e outra no paredão. Enfim, quando se efetivamente age deixando de lado certos vícios ganhamos.

Esse carnaval tinha tudo para ser ma bosta. A culpa seria dachuva. No entanto não foi. E que venha 2012. Feliz ano novo!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Antes do carnaval findar

O carnaval é uma fase de euforia maníaca e o brasileiro, o carioca deixa isso mais evidente, mostra seu lado bipolar.

Carnaval louco e ao mesmo tempo sem graça, porque carnaval com chuva é nojento, abjeto e repugnante. Não aceito!

A minha mania deixo para a timidez que o latão de cerveja pode eliminar. Não é de cunho sexual, mas de falar na lata. Em meio a isso drags e muros de amônia e espíritos de natais passados que me dizem estar convertidos ao meu desejo. E uma cara de tacho frustrada na mesma noite me dá um prazer sádico.

O mundo se vê o Japão se partindo por um terremoto. Somos nada e não só o tempo que nos devora. É tudo que está na Terra. Isto quando não somos nós mesmos os grandes canibais capazes de sabotarmos a nós mesmos. Não sou diferente.

Depois da empolgação, vem o bode. Motivado por duras palavras que ativa o meu próprio algoz, cansado das horas de sono. O ano novo começa na próxima semana, hora de dizer os versos de Castro Alves ao meu carrasco interno:

"Basta de covardia! A hora soa...
Voz ignota e fatídica revoa,"


segunda-feira, 7 de março de 2011

Dimanche Gras

Existe aquela ideia de que coisas que te dão medo podem esconder desejos. Andar pela noite, no meu caso, é uma delas. Preciso da companhia de amigos para que isso aconteça e, assim, dar um descanso para o meu supereu e deixar na conta deles a coragem de fazer o que eu não admiti em fazer. Tudo bem, é carnaval e, como dizem os evangélicos ex-macumbeiros "é do diabo e ele tá solto".

Ando com o Osmar na noite passada. Não sei se é o tempo nublado que me passa a impressão de que o carnaval está mais xoxo que os outros anos. Pode ser implicância minha que acabo por assumir a frase da música cantada por Adriana Calcanhoto na qual "cariocas não gostam de dias nublados".

Para seguir a sequência cronológica dos fatos: tentamos mais uma vez em vão pegar um ônibus em direção ao Centro do rio. Inútil mais uma vez pois as linhas que queremos estão com os carros lotados, já que tem a volta do pessoal do Simpatia. Outra noite em que temos que apelar para o Metrô, aquele latão de sardinha - depois dessa ligação Pavuna/Botafogo está mais sardinha ainda, dado a forma como se trata o povão nesse país - claustrofóbico.

Muitos adolescentes gritando e agora tenho a impressão que os que não são funkeiros são membros do Restart. Um deles, cansado, tenta sentar no chão do vagão pegando um saco igualmente sujo. Eu observo já contaminado pelo TOC de Osmar. E lá na frente um "gladiador romano" parece estar muito próximo de seu amigo e eu, libidinoso que sou, fico observando. pena que as outras duas estações de Copa me impediram de ver o desenrolar do processo. Parte ocultado por um grupo de turistas tolos, um deles com certo "ponto de interesse geológico".

Depois aparece uma tiazinha com a fantasia dela de soldado do Darth Vader na mão - descobriríamos depois que seria da Unidos da Tijuca - que fica ali rodeando Osmar enquanto uma guria do meu lado fica roçando o braço dela no meu. E mal se pode escutar a voz da locução informando as estações fechadas no esquema de carnaval. Sorte que a Cinelãndia, nosso destino, não está entre elas.

Passamos pela Cinelãndia e em seguida vamos para o Passeio. Nada demais acontece e ao andarmos pela Lapa - exceto por algumas breves visões próximas á Fundição Progresso - parece que seria uma noite chatinha e sem graça.

O jeito é andar e ir na direção próxima ao Sambódromo. No caminho constatamos que o RH da PM e dos Bombeiros está de parabéns. Depois entramos em uma rua já na Praça XI que sempre me lembra dos meus 11, 12 anos que foi quando conheci Fabi e ela morava ali. Algumas pessoas passam e um coroa gordo encostado em um carro faz aquela famosa "pegadinha" e depois encosta no carro de novo.

E parece que a noite era dos gordos. Ao nos aproximarmos do balança sai um baixinho nitidamente bêbado com uma marca enorme na bermuda. Ele não sabe para onde vai, mas tem ainda vergonha, pois tenta esconder com uma necessaire o que está evidente ali. Resta saber o que o fez ficar naquele estado. Enfim, coisas do carnaval enquanto o pessoal da Vila isabel parece querer o quarteirão inteiro entre a General Caldwell e a Rua de Santana para trocarem de roupa e se fantasiarem.

Vamos andando próximo a concentração já no intuito de voltar para casa, até porque Osmar não estava muito bem. Encontro um conhecido, trocamos algumas palavras e sigo. No caminho, percebo que alguma escola de samba (Tijuca?) terá uma bela ala com Charadas. Um deles me faz ganhar em parte a noite. E ainda vejo minha prima passando rapidamente, só que desconfio que ela não me viu. A não ser que depois lá no orkut ela venha com a frase "ah, Junior eu vi você perto da Central" e eu responder "por que não falou comigo? não mordo!".

Depois de muita indecisão, dada a confusão dos ônibus na Central do Brasil no carnaval, pegamos o 175 - sim aquele da música do Gabriel, o pensador - que agora mudou de número por conta desse novo esquema BRS de Copacabana. Entramos nele e em seguida aparece uma "sistah" querendo fomentar novos "caminhos geológicos".

Já próximo ao começo da Avenida Rio Branco entra um grupo de (outros) viados, montados - não eram travestis - dando muita pinta e bêbados. Eu que não tinha bebido nada fiquei na minha tímido quando um deles sentou do meu lado e encostava a perna em mim. Estava com medo de socializar e, na minha paranoia, vai que a bicha pergunta "você é das ursas? é uma delas?" hahaha E como se isso não bastasse a figura ficava olhando para a minha bermuda para confirmar o mito reservado a nós negros nesse assunto. Ontem o Justin me disse que nos EUA o mito não é diferente por lá hahahaha

Enfim, Osmar quieto sentado no banco atrás de mim consegue observar melhor o que se passa. Até quando um amigo das montadas - estava no bando, eu acho, só Ozzy pra me confirmar isso depois - estava com o namorado e metendo a mão sob a bermuda quando uma delas diz "Isso aqui não é a Farme!". Depois a maluca do meu lado vai para outro banco e um baixinho que acabara de pegar o õnibus vai relutante sentar do meu lado com medo delas. Sorte a dele que logo vagou um banco mais à frente, próximo a um baixinho gordinho bonitinho que pegara o ônibus na Praia do Flamengo.

Papo vai, papo vem e chega uma menina bêbada e senta do meu lado, enquanto o amigo dela senta do lado de Osmar. Ela pede desculpa por esbarrar em mim e já começa a ferver com as outras bichas. Me lembrei do Basilio que se estivesse ali iria dizer "essa menina é bafo!" e provavelmente já estaria fritando com o povo também.

Depois um dos lugares fica vago e a menina se senta do lado do Osmar para fica próxima do amigo dela. Aí eu olho de relance para Ozzy porque sei o quanto ele fica vexado nessas situações e eu fecho a cara, mesmo com a consciência de que estava me divertindo muito e que, diferente do prognóstico inicial de Oz, a noite sim estava, do jeito doido dela, rendendo.

Ai a garota pergunta se Oz é o João Gordo, diz que ele parece. Ser gordo no Brasil é como ser negro. Se você é preto e magro te chamam de Pelé. Se é preto e gordo, de Tim Maia. E se você for gordo de outra cor logo te chamam de todos os nomes de gordos famosos: João Gordo, Tim Maia, Jô Soares. Sobrou para o meu amigo-irmão desta noite. Daí ela pergunta se a comparação é ruim e o Osmar prontamente diz "sim, é" "ah me desculpa, responde a menina". E como se não bastasse , a montada que estava do meu lado chama-o de "gordinho bonitinho". Definitivamente ela era chaser e era bonito. Sei lá, eu tenho um certo tesão andrógino.

Enfim, pode ser dizer que este foi um domingo gordo.

domingo, 6 de março de 2011

Diálogo de Carnaval

- A vida é tirana: eu precisaria engordar 200 quilos pra pegar uma criatura daquelas.
- Não, você precisaria de 200 mil dólares.