domingo, 13 de maio de 2012

Duas semanas com 34

Bati os olhos nessa foto e pensei: o pensamento nos desnuda ou é por sermos desnudos é que somos obrigados a pensar?





















A voz da consciência crítica, disfarçada no Outro algo que é meu de que me alieno é enfática: você pergunta demais e com isso cria tempestades em copo d'água. Essa voz é a mesma do rei dos espelhos de um conto meu aqui.

Ao invés de procurar defeitos, melhor ir aos fatos. Perguntar é a minha estrutura.

O mundo vive com muitas certezas e todas elas sendo questionadas. Há na fala da consciência: viva simplesmente. Paradoxalmente o que parece ser um exercício de liberdade, calcado na frase mentirosa “seja você mesmo” . “Você mesmo” é uma impossibilidade e ao mesmo tempo nos move. Ou seria, quem desejamos ser?

Impossibilidade...O Padre Manzotti crê no Deus do impossível. Eu vivo com impossibilidades e com um mar de possibilidades a minha escolha. E isso não é obra de Deus e nem é parte de outra falseta religiosa: o livre-arbítrio.

Faço perguntas. Tenho certezas. Me confundo e, sim, sou capaz de emudecer. Sou um ditador que impõe ideias ou um ouvido que apenas escuta flutuando em pensamentos e emoções (ainda que eu ache uma anacronia dividí-los). Sou o mais legal e mais intolerante. E, pasme, Odilon, não é digitando ou em palavras que certas revelações te chegam. É no silêncio.

E nesse mar de várias facetas foi solidificando, cristalizando, destruindo, mudando, dançando não conforme a música, mas de acordo com os meus passos. Ainda que sejam apenas dois pra lá, dois pra cá em qualquer ritmo. Ao menos me permite ficar mais tempo na festa e observar tudo e, o mais importante, ter sempre história pra contar.

Continuarei perguntando, no silêncio. Ou não. Não há regras.

O ser humano é aquele que se fez carregando muitas certezas e, pasmem, existe uma coisa chamada consciência de si que lhe tira a tranquilidade. Por isso entendo um vizinho que queria ter a vida dos meus gatos, sem aporrinhação.

Não sou uma porta, nem um coração de pedra. Até essas, se transformam. Não porque elas querem.

 Será que deixar apenas o barco levar não é isso? Ou o inevitável medo de que na busca do "você mesmo" se dê conta de que ele não existe e, que assim como não há resposta pra tudo não há um silêncio que resolva a nossa existência. Fosse assim, Gregor Samsa não sofreria "A Metamorfose". Acordaria morto.

Um comentário:

Evandro disse...

"hey mikey, i think he likes it!"

Foi o que consegui pensar lendo o texto.

E sim, não que exista um caminho "certo", mas você está no "caminho" certo.

E se prepare para o inevitável: é ele que abre e fecha a sua porta.