Bati os olhos nessa foto e pensei: o pensamento nos desnuda ou é por sermos desnudos é que somos obrigados a pensar? |
A voz da consciência
crítica, disfarçada no Outro algo que é meu de que me alieno é
enfática: você pergunta demais e com isso cria tempestades em copo
d'água. Essa voz é a mesma do rei dos espelhos de um conto meu
aqui.
Ao invés de procurar
defeitos, melhor ir aos fatos. Perguntar é a minha estrutura.
O mundo vive com muitas
certezas e todas elas sendo questionadas. Há na fala da consciência:
viva simplesmente. Paradoxalmente o que parece ser um exercício de
liberdade, calcado na frase mentirosa “seja você mesmo” . “Você
mesmo” é uma impossibilidade e ao mesmo tempo nos move. Ou seria,
quem desejamos ser?
Impossibilidade...O
Padre Manzotti crê no Deus do impossível. Eu vivo com
impossibilidades e com um mar de possibilidades a minha escolha. E
isso não é obra de Deus e nem é parte de outra falseta religiosa:
o livre-arbítrio.
Faço perguntas. Tenho
certezas. Me confundo e, sim, sou capaz de emudecer. Sou um ditador
que impõe ideias ou um ouvido que apenas escuta flutuando em
pensamentos e emoções (ainda que eu ache uma anacronia dividí-los).
Sou o mais legal e mais intolerante. E, pasme, Odilon, não é
digitando ou em palavras que certas revelações te chegam. É no
silêncio.
E nesse mar de várias
facetas foi solidificando, cristalizando, destruindo, mudando,
dançando não conforme a música, mas de acordo com os meus passos.
Ainda que sejam apenas dois pra lá, dois pra cá em qualquer ritmo.
Ao menos me permite ficar mais tempo na festa e observar tudo e, o
mais importante, ter sempre história pra contar.
Continuarei
perguntando, no silêncio. Ou não. Não há regras.
O ser humano é aquele
que se fez carregando muitas certezas e, pasmem, existe uma coisa
chamada consciência de si que lhe tira a tranquilidade. Por isso
entendo um vizinho que queria ter a vida dos meus gatos, sem
aporrinhação.
Não sou uma porta, nem
um coração de pedra. Até essas, se transformam. Não porque elas querem.
Será que deixar apenas o barco levar não é isso? Ou o inevitável medo de que na busca do "você mesmo" se dê conta de que ele não existe e, que assim como não há resposta pra tudo não há um silêncio que resolva a nossa existência. Fosse assim, Gregor Samsa não sofreria "A Metamorfose". Acordaria morto.
Um comentário:
"hey mikey, i think he likes it!"
Foi o que consegui pensar lendo o texto.
E sim, não que exista um caminho "certo", mas você está no "caminho" certo.
E se prepare para o inevitável: é ele que abre e fecha a sua porta.
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