segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

O pensado e o dito

Hoje terminei de ler "O Estrangeiro" do Camus. Essa semana ainda vai ter textão aqui falando sobre as minhas impressões a respeito do livro. Por enquanto, vou colocar aqui algumas impressões que tive após terminar a leitura em relação a um certo aspecto meu.

Foi assim, peguei um caderno e daí comecei a fazer uma análise formal do livro, pensando em perguntas chave como enredo, tempo, personagens etc e tal. Daí, passado isso resolvi fazer uma lista das minhas oobservações, uma espécie de rascunho para um futuro texto. E foi surpreendente.

A surpresa se deve ao fato de, após terminar a leitura, achar que minhas observações seriam poucas e superficiais. Daí comecei a fazer a lista e lá desatei eu a escrever um monte de coisas. E também no momento da escrita, apareceram pontos que até então eu não tinha pensado.

Por vezes tenho aquela sensação de estar pensando em um monte de coisas e que por vezes no papel parecem poucas. Ou após um evento aquela sensação, depois de fazer uma determinada análise, de "eu deveria ter dito aquilo assim assim e assim".

Por isso, ao contrário do behaviorismo mais radical, não vejo o pensamento como uma "fala muda". Existem muitos filtros entre aquilo que está em nossas cabeças ou que saem em nossas bocas ou escritas ou digitadas. Filtros esses que podem amplificar certas coisas (vejamos, no pior dos casos, as caixas de comentários dos portais de notícias) ou mesmo reduzí-las.

O importante para eu entender aqui é que isso faz parte da maneira que temos de nos expressarmos. E é bom entender que filtros são esses, pois, no fundo, ajudam muito no processo de auto-descoberta.

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