domingo, 5 de fevereiro de 2017

Ten Meter Tower

O Wagner esse fim de semana resolveu me passar esse curta-metragem, que mostra a reação de pessoas antes de pularem (ou não) de um trampolim de 10 metros de altura. Aliás, clicando aqui tem-se mais informações sobre um dos autores desse vídeo realizado na Suécia.




Não vou entrar em detalhes em relação a esse experimento em si, mas na questão do quanto ele me traz lembranças de infância e ao mesmo tempo de como a minha auto-confiançã e a confiança nos outros estão ligadas.

Quando tinha 8 anos fazia natação no Hotel Glória- hoje dilacerado pós Eike Batista- e me lembro de que lá havia dois trampolins. Um baixo e outro mais alto que tinha cerca de cinco metros de altura.

Eu morria de medo de nadar na piscina funda, ainda que por algumas vezes eu tenha conseguido fazer isso de forma afobada e nunca me afoguei. Mas sempre senti medo. E o terror aumentava quando o professor mandava pular do trampolim mais baixo.

Sou capaz de lembrar da sensação até hoje. Os azulejos da piscina com aquele azul forte que fazia ainda parecer mais profunda. E o meu desespero em que a água me trouxesse rapidamente à tona e pudesse nadar até a lateral da piscina, onde havia uma escadinha para sair dela. E nas vezes que isso aconteceu, sobrevivi, mas era um terror. E outras crianças, mais experientes, achavam graça.

Mas daí me lembro de algumas outras que tremiam de medo quando tinham que pular do trampolim mais alto. E eu estranhava, porque pra mim, se elas sabiam nadar, não haveria motivos para temer. Daí descobri que com oito anos eu não tinha medo de altura, mas da água.

Anos mais tarde, um dos exercícios que fiz numa matéria da faculdade que tinha ligação com teatro era jogar o corpo e deixar com o que o outro segurasse. Daí lembrei do medo que tinha de ninguém me segurar e não me lembro se fiz esse exercícios direito.

A situação da piscina tinha a ver com auto confiança, afinal só a água tinha que me trazer de volta à tona. Situação diferente do exercício em sala, que dependia da ajuda da outra pessoa. E não lembro como reagi ou o que fiz neste exercício.

Sei também que nessa época eu evitava beber demais por justamente pensar: se eu ficar bêbado, com essa altura e peso meus, não há quem me carregue depois.

E daí voltando ao vídeo fico pensando exatamente nisso. Sobre como vencer os próprios medos, sendo que no caso do trampolim existe a pressão dos outros para que se pule. Isso em mim causaria ainda mais ansiedade. Tal como senti vendo as pessoas hesitando. Parecia até que era eu ali e daí me vieram todas essas lembranças.

Ah sim, uma das coisas boas do ano passado foi que, finalmente, perdi meu medo de nadar na parte funda da piscina. Primeiro fui perdendo esse medo na praia, onde a água é mais salgada e densa, o que facilita a flutuabilidade. Só falta ainda eu pular do deck da Praia do Forno. Vamos ver se consigo ainda em 2017.

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