sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Rogers e o Zen

Esse moço careca da foto é Carl Rogers (1902-1987). É um dos grandes nomes da psicologia humanista. Se você desconhece o que é isso pense na manjadíssima escala de necessidades de Abraham Maslow (1908-1970) que há tempos já deixou os limistes da psicologia e aparece desde livros de auto-ajuda até em palestras motivacionais.








Creio que algum blog passado meu tenha feito menção ao Rogers. Hoje uma ideia muito presente no seu clássico "Tornar-se Pessoa" que é: entender o outro provoca uma mudança em si mesmo.

Daí me lembrei de outro mote, dito por um cara com quem fiquei uma vez e na sua sabedoria de  entre um chope e outro e discussões sobre astrologia me disse: "Hoje,aos 62 anos, eu posso dizer que estou zen, mas ser zen não significa ser bundão"?

E que o cu tem a ver com as calças?

Quando pensei nesse "entendimento do outro" pensei na trolagem de um professor meu que dizia que o existencialismo foi colorido de rosa na Califórnia e daí saiu a psicologia humanista. Fato é que essa premissa de Rogers (terapia centrada no cliente) do "entendimento do outro" com "mudança" se relaciona com o existencialismo por este ser anti-determinista (a existência precede a essência) e se não há nada essencial de fato, como já bem revela Nietzsche, então essas mudanças são possíveis.

No entanto, como me disse o sexagenário, não deveria ser espaço pra ser bundão. Entender o outro não significa colar-se ao outro, ser igual ao outro, mas provocar uma mudança em si mesmo. Por outro lado a mudança que você causa, causa mudança no outro.

Não quero dizer que a partir de um comportamento "x" seu o comportamento "y"do outro mudará da maneira esperada. Não é função, é uma relação, como bem ensina a matemática. Não é uma lei simples de causa e efeito, mas com certeza, pensando em várias experiências que tive, no entendimento do outro pude mudar a ponto de até mesmo certas pessoas se afastarem como efeito disso. E posso dizer, foi muito bom.

Faltam 28 anos ainda para chegar aos 62, mas usar a prática zen junto com a do titio Rogers há de me fazer muito bem.


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