domingo, 8 de abril de 2012

Grito circense


Lança-te no ar, que teu número é sem redes
ao invés do chão, a tua falta de sorte
encontra o vazio da partida
do Dono do Circo, que armou todo o show


O Dono procura por limpeza
sustentação da lona, o público da noite
e reclama do engolidor de espadas que fugiu pro sul
enquanto retira a rede que te protegeria de alguma forma


Lança te no vazio, sem oxigênio, sem queima
só pele e encontre de novo tuas emoções perdidas
e estabeleça um pacto com tempo e grite
"és tu que depende de mim como grande atração"


E ria, gargalhe, ainda que o teu som não seja ouvido
quando, diante da plateia perplexa
o dono procurar pelos olhos, por não ter conseguido enxergar


nem a si mesmo
nem a sua criação


assim nasce a tristeza do palhaço

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