segunda-feira, 9 de abril de 2012

Que ri



Eras a Alice do teu próprio mundo, o Coelho Branco, o Chapeleiro Louco e nos momentos de crueldade, a própria Rainha de Copas. Num lance do destino, entre florestas de pimenta, bem longe do mato ao qual te acostumaste, encontras o Gato que Ri...


... e nessa estória ele não era você.


Permitiu-se ao riso e ao encanto. Ao cheiro de novas flores. O reencontro com velhos sentimentos e, como em tudo na vida um buraco se abriu.


Tentou subir por entre as paredes de pedra. De um jeito diferente, mas sendo aquela que era antes de perseguir o Coelho Branco. Conseguiste achar o cogumelo certo, evitou a lagarta com sabedoria e permitiu-se ao novo e ao velho, tudo ao mesmo tempo. Até mesmo conquistaste aquele que temia ser descoberto em uma noite de sexta nos fundos de um bar. Era o teu desaniversário.


Ao chegar na superfície o gato parou de rir. Ou melhor, decidiu rir em outro lugar. O mesmo de onde viera antes. Ali, Alice, era hora de acordar. Onde tu não és gigante nem diminuta. Lidar com essa aparente normalidade que é verdadeiro desafio, ainda que sonho seja um de teus nomes. Ainda bem.

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