terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Cores, Odilon!

Gosto dos meus amigos fotógrafos que nunca me explicaram de forma definitiva a diferença de uma foto preto e branco para uma colorida. Ok, eles me disseram algo, sobre formas e tudo o mais. Só que a pergunta chave é: o que eu percebo como diferente?

É muito intuitivo. No meu quarto mesmo há uma foto que tinha tudo para mostrar o grande mar azul da Praia do Forte em Cabo Frio. No entanto o P&B me possibilitou dar mais valor às formas e, em especial do casal que se abraça vendo o mar.

Por vezes o pensamento é assim. Quando adolescente sempre me achei muito "firme" do que pensava e acreditava e, ao mesmo tempo, muito em cima do muro diante de muitas questões. Até hoje há quem me veja como muito "diplomático" pelo fato de não ser muito afeito a inimizades. Como se elas fossem imprescindíveis para a vida. Eu não sei. Tem gente no mundo que eu não gosto e tem gente no mundo que não gosta de mim, viver é isso. Sei que hoje sinto o pensamento radicalizando e ao mesmo tempo não tão firme com proposições como na adolescência. E por vezes vejo os meus amigos passando dos 30 em sentido inverso...

Lembro-me da Bárbara falando para o Osmar valorizar as cores em suas fotos. Ele gosta muito e se sai muito bem com fotos P&B, apesar de que há algumas coloridas. Quanto a mim ele fala das minhas "alopradas" com cores esquisitas com as quais elas ficam.

As cores me dão uma sensação de mutabilidade e de algo também que um dia vai sumir, algo transitório. E por vezes posso pensar assim com certas emoções que, por mais que elas pareçam ser certeiras (preto&branco), por outras podem se apresentar infinitas, cheias de possibilidades e matizes. Foras as que não enxergamos, tal como acontece com o espectro do infra-vermelho e o ultra-violeta.

Talvez na hora de tirar um retrato interno do que pensamos e sentimos, por vezes vale valorizar as formas e ver as coisas de forma mais crua. Por outras colocar ou apreciar cores que um dia podem sumir. E depois ainda se dar conta que mesmo aquela imagem como um todo pode não durar para sempre, assim como é a vida. No fim, o que não se pode perder, tal como o requisito de toda boa fotografia, é o olhar.


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