quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Apego

Deve ser essa a primeira vez que estou blogando pelo celular. Detalhe: ele nao é smart phone nem tem teclado qwerty. Por isso vou precisar de paciência para minha prolixidade e apelar pro t9.

Passado o momento metalinguístico vou colocar algo que estou há tempos pra postar.

Com os últimos acontecimentos nas Serras Fluminenses observei o fato de algumas pessoas terem morrido por quererem ficar em suas caras a despeito do perigo. Muitos acham que é coisa de pobre ignorante. Outros de rico apegado a bens materiais. Será que é por ai?

Quando ajudei o Osmar em sua monografia, reli e pensei sobre a teoria do apego. Ela coloca o apego a alguém ou algo como tao basico como comer, beber ou respirar. Ela contraria ideias comportamentais ou da psicanálise que coloca o afeto como algo subordinado a essas outras necessidades vitais.

No caso de desastres como o da serra, incêndios ou outras tragédias me fazem pensar sobre esta noção de apego que humanamente investimos nas coisas, pessoas e no fundo em nós mesmos como forma de evitar o desamparo.

Nesse sentido será que o cara que deu a vida por uma casa ou carro e nao admite perdê-los é diferente de alguém que nao larga um vício ou tem algum comportamento obsessivo? E os que não desapegam das pessoas amadas mesmo quando a relação já faliu? Claro que não posso fazer uma comparação simplista diante da tragédia. Até porque é o mesmo sentimento que faz um pai ou mãe voltar para casa e tentar tirar um filho que corre o risco de morrer com o desabamento. O apego vai se diferenciar de acordo com o que nós julgamos como vitais em nossa existência. Variáveis psicológicas, sociais e culturais devem ser consideradas. Só acredito que o apego- algo que me parece tão basico para vivermos-não pode ser desmerecido.

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