segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Panela

"...mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulaçao produz a paciência" Rom 5,3

Teu amor, nosso amor, meu amor, amor de ninguém, amor que não era amor ou amor de verdade posto com tudo que tinha de bom e ruim. E na paciência me vem o conselho: o que me fez gostar de ti?

Sentimentos vieram como fogo, mas mandaste colocar uma pedra. Sou como tu e achei cômodo sem me dar conta de que sou fogo e terra. Sou como pedra.
Tudo é aquecido, até a pedra. E se tapa tudo depois o quem sai como explosão.

Tu pela pouca inteligência não saberias que éramos como panela de pressão. Eu sabia e me omiti por cinismo.

Na dança da agua quente e salgada busco as emoções. O fogo não é permanente. Nem mesmo o do sol. Nem eu mesmo, se é que isso existe.

Me desfaço em pedaços como o feijão espalhado pelo azulejo da cozinha. É mais que chegada a hora do almoço e fazer outro prato. Os dias são quentes e quero algo gelado como a tua expressão que odeia o choro de outro.

Farei isso com a paciência que me cabe. O que fiz, já se estabeleceu. Serei outro. Um novo eu mesmo essencial que não existe.

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